domingo, 23 de agosto de 2015

Curando nosso ser interior




“A Verdade não está na Índia, não está na África, não está na China, a Verdade está residindo em seu coração e você é parte dela, você não é um acidente cósmico. O que parece? Bem-vindos, milagres, deixem os acidentes de fora, os acidentes são apenas as imaginações que o homem colocou para disfarçar ou para esconder sua própria debilidade.”



Estas palavras são uma tentativa para nos ajudar a eliminar nossos pezares que têm nos atado no mundo da ilusão, mais que tudo se trata de frustração.
As frustrações que levamos dentro de nós são sempre por desejos que não foram plenamente satisfeitos e assim nós andamos neste mundo, de uma circunstância à outra, sempre buscando conseguir mudanças, sempre buscando mudar de apartamento, hobbies, trabalho, esposa ou esposo, sempre fazendo ajustes e mudanças nesta vida para supostamente encontrar algo que trará satisfação interna plena. Nós podemos continuar com este mesmo processo de uma frustração a outra, podemos seguir ou podemos curar o problema que é o fundo disto, é um assunto de fundo.
No fim das contas, todos buscamos felicidade, porque somos seres espirituais, sat-cid-ananda, somos eternos, temos a potencialidade de saber, cid, capacidade cognitiva e mental de assimilar o que estamos percebendo e mais importante ainda temos a capacidade de sentir bem-aventurança, alegria, algo grandioso, agradecimento, compaixão.
Temos umas faculdades muito interessantes como seres humanos, para não dizer espetaculares, e estes são nossa guia interna. O que nos diz: “Ei, busque algo interno, basta com o temporário, com as mudanças e de andar na ignorância apenas escutando mentiras que me dizem que é conhecimento, quero conhecer a coisa tal como é, a verdade, quero conhecê-la, quero ter uma situação onde minha alegria não é sempre amenizada, sempre em perigo, tenho algo bonito, mas que perco”.
Quando vemos que neste mundo na realidade há ensinamento contínuo, é perder, sempre estamos perdendo, então ganhamos novamente e perdemos novamente, ganhamos novamente e perdemos novamente e não queremos reconhecer. Então é algo coletivo, individual, também a nível racional, uma coisa traz outra. O super presidente se torna ditador, não quer mais eleições, agora ele pensa que tem a mão superior, de modo a pensar que agora é o mais querido, porque a oposição está na prisão e a imprensa está toda controlada, mas dessa maneira não se pode subir para sempre.
Abraham Lincoln disse uma coisa boa: “Alguém pode enganar muitas pessoas por algum tempo, algumas pessoas por todo tempo, mas não pode enganar todo mundo por todo tempo”, então é aí que cai. Dessa maneira, nós na felicidade, quando a felicidade nossa tem uma atadura com a ignorância, tem que cair obrigatoriamente. Então, sat-cid-ananda-vigraha, são os três impulsos, mas vamos ao principal de tudo isso que se chama amor.
Na conexão com o amor é onde temos que curar nosso coração. O que eu proponho pode soar um pouco esotérico, mas na verdade é mais real do que você considera real neste mundo temporário, porque dizer real no temporário é realmente temporário, melhor dizendo, não é real ante a demanda da permanência.
O que quero dizer é que o que nós consideramos real é como um sonho, no sonho eu me esqueço do que acontece no dia e no dia me esqueço o que acontece no sonho, assim, de certa forma, estou sonhando de dia e sonhando à noite, e não sabemos muito bem qual é o sonho realmente, mas em ambos está sofrendo e desfrutando.

Então, o amor interno, acreditem que não é o amor sexual, é um amor para com uma mulher. Quem é esta bela mulher, maravilhosa mulher? A quem podemos compartilhar o amor, inclusive homens, mulheres, todos, não importa se você for heterossexual, homossexual, bissexual, não estamos falando de celibato, que são coisas, histórias do mundo material, estamos falando de um amor de uma mulher que tem uma divindade inquestionável e que cura nosso coração, eu quero curar a cabeça, você quer curar os órgãos, você quer curar sua conta, quer curar as relações públicas, quer curar seu status quo, quer curar por toda parte, mas nunca quer curar a coisa internamente.
Internamente estamos cheios de ofensas. Ofensas? Que tipo de ofensas? Ofensas à nossa Mãe, a esta Mãe interna que todos temos que é a Mulher das mulheres, a Princesa das princesas, a Mãe das mães, o amor dos amores. Ela é tão grande que estamos todos endividados com Ela, ao infinito.
Eu estou falando Dela em suas diversas formas, não estou focando na forma em particular. Primeiro quero sua aceitação que tem esta dívida com esta Mulher, porque se não aceitar, não vai se curar, pode ser a sua mãe quem te deu a luz, pode ser ela, com ela temos uma dívida inquestionável, porque ela nos limpou o bumbum, ninguém mais quer fazer isso, não é? Ela fez com sorriso, amando. Mas essa Mulher, essa força feminina tem versões mais profundas, podemos chamá-la de Mãe Terra, podemos chamá-la de a grande Mãe Terra, que nos dá comida, que nos dá ar, água, nos dá tudo e isso pode ser que ainda pareça limitado a algumas pessoas. A Mãe Divina em sua forma da Mãe Terra, para elas digo que estão corretas, a Mãe tem sua forma que não se pode ver, a isso podemos chamar de Mãe Cósmica.
Há uma Mãe que é a Mãe Casual e esta está muito além da Terra, a Terra é uma pequena coisa para a Mãe Casual de todas as coisas. Sem dúvidas, esta mãe não está longe de nós, essa Mãe tem muitas formas ou representações dentro de nós, uma dessas é a nossa faculdade de amar, em sânscrito se chama Bhakti Devi, Ela toma a forma de te permitir amar, no mundo material esta forma de amar se transforma em algo que é como querer ter, mas na forma espiritual não é querer ter, na forma espiritual onde se cura o querer, é quando você quer dar, quando se transforma isso.
Há um ditado muito bonito que diz: “O que você não der é o que perderá”, por isso estamos falando daquilo que você não quer perder, algo que você quer dar para ter, ou melhor, algo que só se percebe dando. Quando este mundo está em ação, nós temos que entender que todo movimento, todos os esforços que fazemos, sempre nos levam à mesma coisa, estamos dando volta sempre ao mesmo assunto e isso não somente em uma vida, vida após vida, damos volta no mesmo tema, à mesma proposta de nós existirmos independentemente e de sermos o centro de tudo o que acontece.
A isso chamamos nas crianças de birra, quando as crianças não estão no centro, chega o momento que não aguentam e então fazem birra, as crianças são as birra-gurus, todos nós grandes somos iguaizinhos, apenas nos disfarçamos com ira e indignações, e coisas assim, mas na verdade é a mesma coisa e não reconhecemos que o que nos faz sofrer é a nossa própria ignorância e nossa própria atitude.
Esta Mãe Divina, esta Mãe Cósmica, tem muitas outras formas, os elementos são apenas um, Ela é a Lei Original, Ela é a semente da vida original, Ela é a verdade do Amor Causal, por isso se chama também Saraswati, Ela é a quem tem a música, a poesia, o conhecimento, o entendimento e a realização, tudo está no bolso dela. Você quer ter essas coisas sem a misericórdia da Mãe?
Como dizia Facundo Cabral: “Você não está deprimido, está desatento da realidade que o rodeia. Desperte, amigo, desperte. Aqui estamos tentando curar seu espírito, seu interno, seu equívoco, onde se engatou, ficou no chão e fica condenado ao chão. ‘Que mau o chão e eu tão mau’, e o chão te diz ‘se ajude comigo, levante outra vez e siga caminhando, porque você tem uma meta muito grande a cumprir’.”
Seu ser interno merece atenção, o cure de seus equívocos, não dê desculpas de político ou do mundo, ou da economia, não, o cure dos equívocos que você mesmo leva por dentro.
Eu sou ambientalista e eu luto pelos animais, mas o matadouro e o abatedor não são culpáveis, o mundo é como é. Ele é culpável por seu erro, por sua ignorância, ele tem seu próprio papel, assim como cada um tem suas coisas a cumprir, mas minha tarefa de amar não depende das ilusões, da ignorância de outro. Meu se interno é valioso, é transcendental, porque sabe que isso sobre a transcendência tem que aprender todos os dias.
Sabe onde se celebra isso? Na funerária, pois na funerária todos têm a mesma história, “O quê? Se foi? Para onde foi? Isto gostaríamos de saber. Foi ao céu ou a inferno? Ou será que se tornou falcão? Qual será a história? Vai nascer agora como ser humano ou como girafa?”. Seria muito interessante saber, porque todos nós já passamos milhares de vezes por isso e seguiremos passando enquanto não curarmos a coisa interna. Enquanto não passarmos por essa tarefa, já sabem, a mente está aqui, o coração está aqui, não são como trinta ou vinte centímetro e toda a vida não puderam viajar, continuam assim, eu não sei o que fazer, eu não sei o porquê.
Mas não determinaram que algo existe dentro de nós, que tem a ver com nossa Mãe, porque eles são muito machos, muito gaúchos, querem resolver tudo com violência, com a palavra, com a intelectualidade, com a ciência, com a soberba, ou melhor, é nosso orgulho que nos tem doentes, que nos tem frustrados, porque além de nós, ninguém mais no planeta está interessado no nosso próprio orgulho, somos os únicos admiradores do nosso próprio orgulho, que estranho, não? Nem a esposa, imagine os filhos o que dizem, “o velho de novo”, “espere um pouco e já saio daqui”.
Então, essa coisa é um problema que temos com a Mãe Terra, a Mãe Divina, a Mãe da Causa, a Mãe do Amor, que está esperando que você fale que aceitará a sabedoria, a sabedoria que dita o nosso coração, porque todos temos um coração bem grande e dentro está a Verdade.
Imagine, a Verdade não está na Índia, não está na África, não está na China, a Verdade está residindo em seu coração e você é parte dela, você não é um acidente cósmico. O que parece? Bem-vindos, milagres, deixem os acidentes de fora, os acidentes são apenas as imaginações que o homem colocou para disfarçar ou para esconder sua própria debilidade.
Nós estamos aqui neste mundo para servir, não estamos aqui para acumular, não estamos aqui para brilhar, não estamos aqui para fazer o show, estamos aqui para servir e temos que nos fazer a pergunta: “Como te sirvo, Mãe Divina? Você é a causa de tudo o que existe, você é quem me conhece, me dê fé na minha própria existência transcendental”. Porque quando dizem na funerária que ‘se foi’, algumas vezes fui eu mesmo, então estou presente aqui, então agora vou solucionar meus problemas do momento aqui, porque não vou esperar que eu me vá outra vez, vou curar meu ser interno agora, sempre o futuro, o futuro, o futuro, não, esqueça do passado que dorme e não sonhe com o futuro, atue no tempo que tem e o progresso virá seguramente.
Agora vem a cura do coração, “Ó, a mais Querida do Encanto Infinito, Teu serviço anseia este pecador”, esse sou eu, o pecador, o desviado, o confundido, o que brigou, o que mentiu, o que traiu.
Eu sei, você não, eu sim, não quero ser aqui o acusador, eu estou aqui apenas me confessando. Eu quero o amor da mais querida do Encanto Infinito. Quem é o Encanto Infinito? Esse é Deus. Ele é a Inspiração por trás da inspiração, o Entusiasmo do seu entusiasmo, Ele é a Criatividade da sua criatividade, Ele é a Inteligência dos inteligentes, e da mente para compreender tudo o que há para compreender.
Bem, há um livro sobre isso que se chama Bhagavad Gita, ser quiserem saber mais sobre quem Ele é. O Infinito Encantador é o que nos encanta, todos somos encantados, por isso gostamos de cantar, todos sempre estamos cantando, às vezes falamos, às vezes cantamos, mas sempre estamos movendo a língua, todos os dias, cantando nossas canções ou refrãos também.
Existe diferentes cânticos, mas isso é outro tema. Nós podemos encontrar que este Infinito Encantador, que não apenas nos tem encantado, também tem encantado à Mãe Divina que temos no coração. Esta Mãe Divina é como a potencializadora do seu amor, Ela é Dele, está dentro Dele, mas Ela potencializa Seu amor. Por isso eu oro: “Ó, meu Senhor, me deixe ser um instrumento do Seu amor”.
O que é Seu amor? Um instrumento do Seu amor, o amor de Deus, é a Mãe Divina que todos levamos por dentro, que nos inspira, que cuida e nos cura, nos cura quando chegamos à oposição do Infinito Encantador. Porque aqui neste mundo há muita oposição a Deus, chame como quiser, eu não estou aqui protagonizando um tipo de credo. Claro que em última análise sim, o meu, mas não na conferência, estou falando de curar o coração de qualquer um, seja católico, budista, estamos falando totalmente genérico.
O fato é que nós temos tanta oposição aqui na Terra, que temos cidades inteiras universitárias desafiando Deus. Todas dizem: “Deus não existe”, estão cheias de evolução Darwinista, todas dizem que Deus é um abstrato, ou melhor, temos melhores ideias ou explicações, mas todos querem colocar Deus debaixo da mente, essa é uma forma de se afastar da potencialidade de cura.
A cura do nosso coração é reconhecer nossa origem eterna, que nossa eternidade, que pertencemos à Beleza Infinita, somos parte da Beleza, mas nós queremos ser a beleza sem a parte completa, e essa é a nossa falha, nós somos afastados daquele que nos dá a razão da autoestima. Autoestima é com este amor, minha Mãe me dá a razão de existir, me dá a razão de amar e por Ela e nela não posso ofender ao meu irmão, a um animal ou ainda um ser humano, se assim eu quiser satisfazer minha Mãe que também é mãe dele.
Aí está a problemática, meus queridos, nós queremos ser queridos à nossa Mãe ofendendo aos outros filhos que ela também deu a luz e aí está a coisa, por isso não funciona, por isso estamos fantasiando quando queremos nos curar com terapias ou com isso ou com aquilo, com pílulas, imagine! Pílulas da farmácia, não pode ser isso que vai nos curar, isso cura o bolso do médico da farmácia, mas não seu coração nem a sociedade humana.
Então, nossa vida está nas mãos da Mãe Divina, sempre foi e sempre será, se quisermos nos curar temos que aceitar a Mãe Divina no coração, que é a quem você admira, a quem você adora, porque Ela não é impessoal, sua mãe não é impessoal e sua mãe sabe muito bem o que quer, e se não acredita em mim, pergunte a Ela.
- Mamãe, você gosta que eu ande bêbado na rua?
- Não, meu filho.
- Ah, mas você gostaria que estivesse todo... voando? Com maconha, cocaína?
- Filho, não.
- Mamãe, você gostaria que eu me casasse, tivesse sexo e colocasse um filho em uma mulher?
- Filho, como pode pensar nisso!

Ou seja, sua mãe sabe de tudo e sempre disse de tudo como é. Não importa se for cristão ou comunista, ou o que quiser ser, a Mãe Divina já disse o que é correto, porque Ela é a bem-querente não apenas de um filho senão que de todos os filhos. Te parece sensato ou estou fantasiando?
Então, essa Mãe Divina não é uma fantasia, Ela existe como a Mãe Terra, Ela existe como a Mãe Cósmica, Ela existe como o Conhecimento Infinito, Ela existe como o Amor, Ela existe como a Fé, como a fé que move montanhas, com a fé se tem vontade de fazer algo, pela fé temos que curar nosso eu interno, pela fé temos que agradecer, pela fé temos que aprender a rezar, orar, meditar, agradecer...
A quem? Pois ao seu amor, agradecer ao Amor de sua Mãe, não entende? Não sabe quem a ama? Porque diabos não se importa, não tem nenhum direito de conhecer o amor da sua mãe, se ela quiser se revelar é outra coisa, ou melhor, sua mãe nem sequer tem que dizer quem é o seu pai, isso depende dela, só ela sabe.
Há apenas uma pessoa no planeta que sabe quem é o seu pai, é a sua mãe, e se ela não quiser dizer, ela não quer dizer, e se você desafiá-la e dizer que ela é má, que tem que te dizer tudo, e ela diz que não tem que dizer, ela apenas diz que é sua mãe e que você deve se comportar bem, não pode te revelar nada, sabe por quê? Porque o filho que se aproxima da mãe com a cabeça, não tem nenhum acesso ao coração da mãe, porque é relação de coração a coração, e a Mãe Divina espera que você venha de coração, isso se chama “sincerar-se”, tem que ser sincero, tem que rezar, tem que dizer: “Minha Mãe Divina, a quem você adorar eu adoro também, a Ele, Infinito, eu O adoro”, mas nós não O adoramos, O desafiamos dizendo que não existe, Mamãe não está apaixonada, a mãe tampouco existe, eu saí de uma sopa primordial, de repente uns aminoácidos chocaram uns com os outros, isso se chama se apaixonar e eu sou o terceiro, então que mãe e pai, falamos de aminoácidos, química e física.
Agora vem a física quântica e diz: “Todos vocês são loucos”, diz: “A física quântica diz que o visível não é nada, tem que ir ao invisível, no invisível acontecem as coisas que você não pode perceber”, então eu digo: “Bem, graças à física quântica me colocou de volta na quadra número um, onde tenho que ter fé na minha mãe, em meu coração, porque não posso ver, não posso comprovar, a Divindade é tão óbvia que não podemos ler, porque todos somos parte da Divindade mesmo que o corpo esteja velho, esteja a ponto de morrer. Mas você é divino antes de nascer e depois de morrer, não é este corpo, amigo! É o espírito, a alma, que está residente em seu coração e que te porta, te carrega, te abraça, te cuida, te alimenta, que faz tudo. E quem é? É o filho da sua Mãe e não é a mãe única de onde teve que nascer, é a Mãe Causal, se chama Radha.
Radha é um dos nomes Dela em sânscrito, ela é a divina Radha, a apaixonada que dá entrada à morada do Dourado, onde realmente tem algo muito grandioso, onde nossa posição está cem por cento assegurada, entende? Nós não temos que ter estas precauções, estes medos que carregamos neste mundo e suas frustrações, nossa existência por Ela já é gloriosa, por sua Mãe já é uma glória. Ou não? Vai dizer que a Mãe criou um desastre, porque criou alguém tão horrível. Mamãe não vai gostar deste comentário, porque a Mãe cria maravilhas, a Mãe foi portadora de milagres, porque a Mãe é um milagre maior.

Seu sempre bem-querente,
Swami B. A. Paramadvaiti.

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