domingo, 12 de julho de 2015

Amor é vida, amor é como o ar vital




“O interior de cada alma, de cada ser, em qualquer lugar o amor existe como algo onipotente, que a necessidade de amor é algo onipresente e que por esse amor devemos renunciar a vontade de controlar o mundo inteiro.”



Meus queridos devotos, aceitem todo meu carinho de São Paulo.
O princípio divino de “falhar” chega a nossas mentes com grande frequência durante a vida. Algumas vezes inclusive fica estagnado, até poderíamos dizer que continuamente nos ocorre. O amor é uma necessidade, o amor produz sede, mais intensa que a própria sede. Amor é vida, amor é como o ar vital.
Se o seu amor pelo ar for muito, tanto como seu amor por amar, então poderá identificar facilmente qual é o caminho que deve seguir. Assim como alguém que tenta nos estrangular, começamos a rogar: “Ar, ar, me deixe respirar ou vou morrer!”. Então, se comparar o ar com o amor, qual dirá que é mais importante?
Vida após vida recebemos ar, toda vez, mas o amor é aquilo que realmente estamos buscando. Arduamente damos alguma atenção ao ar, só até perdê-lo e se torna um objeto adorável. Mas amor é a soma e substância de cada jiva, é o objetivo da busca de cada alma.
As escrituras enfatizam isso toda vez: “A luxúria é o oposto do amor, não tente igualá-los ou terá uma ideia errada do assunto.” O Caitanya Caritamrta, o Bhagavad Gita e o Srimad Bhagavatam tratam deste assunto.

anyabhilasita - sunyam
jnana - karmady - anavrtam
anukulyena krsnanu
silanam bhaktir  uttama
(C.C. Madhya. 19.167)

Tradução: Quando estiver livre de todo anseio de coberturas tais como karma, jñana e for favorável atender a Krishna em seus desejos, praticará o mais alto bhakti ou “bhakti-uttama sa vai pumsam paro dharmo yato bhaktir adhoksaje ahaituky apratihata yayatma suprasidati.” (S. B. 1.2.6)
De certo, existe uma atividade suprema: O serviço amoroso ao ser transcendente, feito sem interesse, sem nenhuma reserva dá à alma uma grande satisfação. Muitos slokas se referem às qualidades do amor como algo exclusivo, algo que requer esforço, algo pelo qual é entregue tudo o que se tem. E o que temos de entregar? Devemos entregar nosso ego, nossos planos egoístas. Algo muito difícil, muito difícil.
Há uma história no Mahabharata sobre uma família que estava em perigo. Esse perigo poderia ser resolvido se uma pessoa se sacrificasse pelo bem dos demais, sendo que todos os membros da família queriam se sacrificar devido ao amor que sentiam pelos outros.
E o que significa “sacrificar o mundo inteiro”? Quer dizer abandonar seus desejos de desfrutar e controlar o mundo. Assim, começamos a ansiar por ver um mundo onde Deus está no centro, um mundo conectado com sua causa original.
A causa original do mundo também é o amor. Devemos entender que o princípio do amor é uma verdade cósmica incontestável, prema tattwa. Isso quer dizer que o interior de cada alma, de cada ser, em qualquer lugar o amor existe como algo onipotente, que a necessidade de amor é algo onipresente e que por esse amor devemos renunciar a vontade de controlar o mundo inteiro. É conhecido como autorrealização, é algo realmente incrível, não?
Você acredita que pode obter uma dose de “amor” de algum dos catálogos que tem? A resposta é não. O amor está mais além de qualquer cálculo, inclusive os reflexos pervertidos do amor transcendental estão muito além dos cálculos. Você não pode dizer a outra pessoa que a paga para te amar.
As pessoas hoje em dia têm o conceito errôneo de que o outro o ama simplesmente porque pagam para que tenham sexo com ela. Você não pode dizer a outra pessoa lhe paga para que te ame. Isso é uma fraude.
Você não é capaz de comprar o amor de um cachorro. Bom, dizem que quando se dá de comer a um cachorro e ele mexe o rabo de felicidade está dizendo que te ama, mas de certo é que o cachorro ama sua comida, não você.
Quero que reflitam nestas palavras sobre a natureza do amor e espero que nos próximos chats possamos continuar desenvolvendo este tema tão importante.
Envio todo meu afeto e espero que tenham uma linda semana de pregação.
Jay Srila Prabhupada!

Seu sempre bem-querente,

Swami B. A. Paramadvaiti.

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