domingo, 26 de janeiro de 2014

30 anos da família Vrinda




30 anos da família Vrinda



“No modo da paixão se cria, no modo da bondade se mantém e no modo da ignorância se destroi. Felizmente não há muitos na ignorância senão se destruiriam muitas coisas. De fato, não destruímos, só criamos e isso é muito bonito. Dessa maneira, podemos entender que o serviço em Vishnu é o máximo.”



            Queridos devotos, este ano estamos celebrando o 30º ano de família Vrinda. 30 anos, meu Deus, quem poderia imaginar 30 anos de Vrinda e é verdade, é realidade. Em 1984 demos início à família Vrinda, eu queria fundar uma família espiritual, família significa compromisso de pai, mãe, irmãos, tios, avós, tudo isso. Eu queria ter uma família, mas não me casei. Queria ter uma família verdadeira na família de Srila Prabhupada, porque eu vejo que as instituições sempre têm deficiências, por outro lado, digo mais uma vez, eu, na minha vida, fundei no mínimo 20 organizações, mas eu não sou membro de nenhuma delas, eu só pertenço às relações de coração a coração. Se algo pode ser organizado e fundado, é porque não se pode registrar um bem.
            Se tiver uma loja, tem que registrá-la, isso se chama pessoa jurídica, se não for assim, não te levam à sério, e nós em nossos serviços queremos ser levados à sério, queremos ter família de coração a coração, só temos isso e temos que defender, por isso vamos nesta vida, e essa é a minha mensagem a todos os membros da família Vrinda no chat deste dia. De certa forma, em Bogotá começa outro capítulo da minha vida, já havia vários: havia o capítulo ao longo do Brasil, da Suécia, da Dinamarca, lider de sankirtan no norte da Europa, brahmacary no templo de Berlim e todos estes eram como capítulos anteriores, mas foi onde Harijan Maharaj e eu tomamos a responsabilidade por uma família espiritual, esta é uma posição que se chama missão impossível, mas pela misericórdia de um devoto puro, a missão impossível pôde se tornar possível, se chama misericórdia sem causa. Mas para uma pessoa com um nascimento tão baixo como o meu que possa assumir um papel desta maneira, eu me pergunto: Por que posso fazer uma missão possível se é impossível? Porque nesse tempo, graças a Srila Prabhupada, estivemos anos trabalhando na Colômbia e nestes momentos estavam faltando os suportes internacionais dos outros vaishnavas, porque Prabhupada dava ajuda a toda sua missão, mas se sentisse a falha, assumia a responsabilidade ou terminava a missão, alguns devotos disseram: “Queremos ter a guia de vocês, de ninguém mais...”
            Eu não estava na Colômbia, estava na Índia e cheguei aos Estados Unidos. Estava totalmente incerto sobre o meu futuro e recebi um chamado de Harijan Maharaj e outros devotos que me disseram: “Venha à Colômbia, queremos seguir trabalhando para Prabhupada, mas com seu apoio, se não vier, como vamos fazer?”, e eu estava em exílio como Napoleão. Estive 6 meses exilado, não podia ir à Colômbia por parte das autoridades, porque sabiam que eu estava bravo com eles. Os devotos me disseram para que eu não desse importância e com eles caminhasse na missão. Isso para mim foi como um 3º ou 4º nascimento, o 1º é o de pai e mãe, o 2º de quando tomei iniciação, 3º quando se começa a adorar a Deidade da Suprema Personalidade de Deus e eu sinto que esta foi como o 4º nascimento, o de assumir um papel de responsabilidade espiritual, praticamente um pai espiritual.
            Eu tinha visto o aspecto institucional chamado instituição internacional, então eu queria ter algo que fosse de coração a coração, deplorar a diplomacia, a hipocrisia, não quero ter mais esse tipo de relação na vida, quero ter relações com pessoas de coração, então nasceu este esforço a família Vrinda, agora se cumprem 30 anos, e depois Srila Harijan Maharaj logo foi onde está Krishna, ainda bem que apareceu Gurudeva Atulananda para me ajudar e me dar a mão, para não ficar sem a associação, p. Kanka, p. Askalita, p. Mrigranath, mas éramos um rebanho de discípulos de Prabhupada e com o cargo de uma missão grande, a frustração com a instituição era de todos os lados e dissemos que essa não era a missão como Prabhupada queria e buscamos como ele queria e encontramos a inspiração de Srila Sridhar Maharaj. Harijan Maharaj e eu recebemos sannyas dele e ficamos felizes.
            Então, hoje refletindo que, depois de 30 anos, Krishna nos abençoou para poder estar no serviço de Prabhupada em separação, mas também Krishna nos mostra que o máximo grau de humildade é a maior necessidade, nunca devemos nos esquecer que viemos de um mundo de luxúria, ira, inveja, de samskaras muito baixos, ou melhor, falando em gíria peruana: “Chegamos da quebrada com 7 punhaladas e do bairro último de miséria do planeta” (llegamos del callejón 7 puñaladas y el buque el ultimo rincón de la miseria del planeta) ou como dizem em Sevilha, Colômbia: “Onde trancaram as portas com os mortos na Calcedônia”, por lá nessas terras onde a violência não quis parar e muitos lugares como em Bogotá onde a violência não parou, acabamos de lamentar a perda de 14 camponeses irmãos na luta da terra.
            Estamos na terra onde não há nada de piadas senão que sacrifícios, uma humanidade em crescimento espiritual como a família Vrinda, estabelecer uma família espiritual e entre os devotos em geral as coisas são muito tranquilas e ternas. Quando um devoto deixa de ser devoto, o pecado é que fume maconha, que tome cerveja, que faça sexo ilícito, que esteja no mundo material em festas. A queda de um devoto é a festa deste mundo, então não é exatamente algo tão chocante como os crimes e toda a corrupção e horror deste mundo, mas claro, como devotos queremos ser exemplares, queremos ser seguidores de um devoto puro.
            Queremos oferecer à sociedade humana, coisas boas, coisas extraordinárias através dos serviços de vocês, tudo o que nós fazemos em grande parte é feito por vocês. Eu me sinto muito afortunado em estar associado com vocês, em poder inspirá-los, me sinto afortunado de ser um membro desta família, me sinto muito agradecido por Sri Goura Nitay e Gouranga Radha Vrajesvara por exporem misericórdia com a Colômbia e o mundo. Imagine a família Vrinda efetivamente da Colômbia se expandindo por quase todo planeta, ou melhor, é conhecida fora da Colômbia devido aos devotos que se propuseram a este sacrifício, como Paramahansa Maharaj na Índia, é muito famoso, não falta em nenhuma festa, sempre está lá e assim tantas outras maravilhas. Eu acredito que os devotos colombianos são mais famosos fora que o café Valdez. Então é um bom sinal. Imagine-se expandindo a fama da missão Vrinda por tudo o que fazem os devotos no mundo, me enche com grande alegria e além disso, para a família Vrinda tem sido fundamental criar uma família totalmente sobre regional. Para um devoto daqui, não existe equatorianos, brasileiros, panamenhos, aqui só existem devotos, a integração e o trabalho dos diferentes países tem sido muito exemplar e segue sendo assim praticamente.
            Venezuela está alimentada pela Colômbia indo lá fazer sankirtan, para despertar em nosso país vizinho amor e em memória a Avadhuta Maharaj, um guerreiro muito especial deste país que recebeu de Srila Prabhupada a ordem de sannyas. Isto é algo muito bom, manter quente esta luta, esta lembrança. Então, para os devotos da família Vrinda todo mundo é uma família, qualquer um de vocês pode ir ao Chile para fazer serviço, onde houver família sempre será bem-vindo, só tem que falar a fórmula que é a chave secreta: Gouranga Radha Vrajesvara. Continua por dentro, iniciado, interno, isto é como a fórmula chave, se abrem todas as portas, só as do falso ego que não, essas se mantêm fechadas às essas coisas, mas tem que seguir lutando, sempre tem que seguir lutando em frente, porque não há outra coisa neste mundo e nesta vida, não se pode retroceder, em um carro temos o câmbio para retroceder, na vida não. O que passou, passou, se assume esta posição e se carrega com dignidade, isto é Bhakti Yoga, a posição de dignidade.
            Assim foram estes dias de festa, celebrando uma família que existe há 30 anos, onde praticamente cada um vem de uma origem étnica, internacional, cultural e ainda assim podemos relatar 30 anos em que não houve o primeiro morto, se supõe que na família não há mortos e tampouco ninguém levantou a mão, ou alguém em excessão, mas os devotos não se agridem.
            Agora, eu gostaria de poder dizer que é uma missão onde nos 30 anos nunca houve uma intriga, isso seria mentira, e não quero mentir, mas apesar das intrigas, seguimos vivendo, crescendo e agradecendo que existe uma família que se chama Vrinda, porque quando alguém diz: “Não me importo com a família Vrinda, não quero ser parte do Vrinda, para mim isso é ficção, não me dão nada”, neste dia eu ficarei muito triste, porque absolutamente Vrinda veio como um refúgio, um ashraya.
            Ashraya quer dizer “refúgio”, e refúgio é Radharani, Ela é a que nos dá refúgio neste mundo e este refúgio se transmite até o último devoto que seja parte da família, porque quando se prega, abre o refúgio para outra pessoa, pelo carinho do seu coração, isso é por carinho e cada um se pergunta por que está aqui e a cada um menciona outro devoto que se inspirou e se agarrou. Cada um tem uma história, esse é o exemplo que está dizendo uma família, cada representante se torna um ashraya, um refúgio, e isso é o que temos que ser.
            Sem Prabhupada, ninguém seria nada disso; o refúgio está baseado nele, sem dúvida alguma. Todas as glórias aos diferentes refúgios que os devotos oferecem através de seu trabalho, seus serviços, seus diversos projetos, conferências, documentários, o sankirtan que fazem. Os devotos de 2ª geração devem tomar suas decisões, pois estão ai por seus pais. É muito lindo, porque os que deram refúgio continuam aqui presentes.
            Assim é a primeira celebração oficial dos 30 anos, e claro que celebraremos o ano todo. É muito especial uma família que continua e faz novos centros, graças a vocês cada vez mais projetos são feitos. Eu falava com p. Prakasananda que o curso de Yoga por correspondência se fez em CD-Room, mas já perdeu a validade porque não se usa mais CD-Room. Mas assim muita gente nos conheceu. Em outro dia me disseram: “Você tem que fazer todas as páginas da família Vrinda novas, porque estava tudo em Dreamweaver”, nossa, eu nem sabia o que era e tinha que fazer tudo, atualizar as coisas. Assim, Krishna não nos deixa descansar, sempre faça, faça, tire, continue, corra... Por isso, porque Krishna nos empurra, porque não podemos nos esquecer do serviço devocional nem de Krishna, há muitas coisas para melhorar.
            No modo da paixão se cria, no modo da bondade se mantém e no modo da ignorância se destroi. Felizmente não há muitos na ignorância senão se destruiriam muitas coisas. De fato, não destruímos, só criamos e isso é muito bonito.
            Dessa maneira, podemos entender que o serviço em Visnu é o máximo, tem que estar responsável de muitas coisas. Estávamos na modalidade de criar muitas coisas, e estamos quase terminando Oidaterapia, o Yoga Inbound não está acabando e sim crescendo, e está se entregando o material. As fazendas sempre estão em desenvolvimento, os retiros, os tours, as peregrinações. Quero dizer que devemos aperfeiçoar, graças a Krishna Quem nos deu a terra nevada no rio Mink, o setor tradicional da cura, há poços que são especiais para curas. Lá em Goloka, algo que Sandi Pani comprou quando vivia nos Estados Unidos sem ter visto, e logo deu sem ver, temos este lindo lugar onde podemos ir e ficar 2 semanas curando e, de verdade, são 7 poços e umas cachoeiras incríveis que fazem do ambiente algo que não se pode imaginar, e Gambhira, por outro lado, é um lugar especial para a educação e assim como temos educação, cura, lá na Serra Nevada recebemos uma misericórdia muito especial, eu quero que os devotos levem tours e aproveitem Goloka, onde temos este processo tão especial de curar no próprio ventre da mãe. Muito obrigado Mãe Terra por abençoar a família Vrinda.
            Farei um relato dos lugares mais bonitos do Vrinda, mesmo que seja difícil porque são muitos e são incríveis: Varsana, o santuário da água, o Radha Kunda, as selvas subtropicais que estão acima de Bhumi, as cavernas do parque, Krishna, o vencedor de todos os obstáculos e o que dizer do templo e seus devotos. Depois de Varsana veio Vrindavanita com a pedra de Govardhana, e este rio que nos cura e refresca tem sido o refúgio para os devotos da idade dourada. Quantos devotos não deixaram este mundo tendo um lugar como Vrindavanita? Não há palavras para agradecer e descrever. Logo o Santuário Nova Govardhana que tem esta pedra sustentada com este Krishna, uma cachoeira e um riacho, lá na montanha de Cali, logo vamos à costa, Gambhira, Goloka e o lugar da Universidade de Sabedoria Ancestral que tem um altar de água impressionante, algo forte e bonito, parte destas pedras tem esculpa original das culturas ancestrais, como também os caminhos Taironas, como em Gambhira e Goloka, muito impressionante, esses são na Colômbia os lugares mais destacados, até que chegamos ao confidencial ventre da Mãe Terra, o umbigo, chamado de Santuário da Mãe Terra, o Vulcão de Totumo, ao lado os devotos têm um Ashram de dedicação, natural e simples, mas ao lado tem um pântano onde pode nadar horas e horas entre canoas e crocodilos, são pequenininhos, mas é incrível este lugar e quando sai do ashram, em apenas 5 minutos está no Oceano Atlântico com umas praias limpas e sem pessoas, muito lindo, muito privado, um lugar impressionante.
            Outro lugar da família Vrinda que Krishna nos deu é agora em Guatape, ali, com uma vista do lago e do penol, tem uma caverna que é outro meteorito, parece que caiu do céu e que ficou enfincado entre duas montanhas, um rio que passa por baixo dele, quando é à tarde entram umas luzes de uma forma muito espetacular que nem o melhor artista poderia pintar. Estivemos lá agora fazendo um canto à água com mais de 60 pessoas, maravilhoso, incrível, esses são os santuários da família que me chegam à cabeça. No Amazonas, em Letícia, temos um santuário especial que só vi em fotos. Eu não pude ir, é um rio no qual se vai até o Amazonas e se pode banhar, os devotos estão fazendo um projeto muito lindo sob a guia de Bharati Prabhu.
            Muito lindo, já chegamos até o Amazonas, Letícia com Krishna, falta a ponta da Guajira, mesmo em Riohacha já está pregando p. Syama. Harijan Maharaj queria 500 templos, falta muito para se fazer. Estes lugares me assustam de tão lindos, como o rio Yamuna passando ao lado da Colina de Govardhana, posso olhar por muito tempo, olho a Govardhana, o rio Yamuna e posso ficar ali, incrível a beleza, temos também em Vrinda Bhumi no Brasil uma fazenda de cachoeiras, lá há muitas cachoeiras lindas, umas mais bonita que a outra, com poços de banhos incríveis, o vento da mãe, é um lugar também de cura automática, podemos ir lá e ficar maravilhados, umas coisas muito especiais, Equador, Vridavan Jardins Ecológicos, muito lindo pedaço da selva tropical onde os devotos fizeram um santuário. O Eco Truly Park já de fama internacional, como o Eco Truly Park da Argentina, apesar de não ter algo extraordinário em termos de visibilidade, é famoso porque p. Thakur fez muita campanha de voluntariado, foi escolhido em Only Planet como o melhor lugar para se visitar na Argentina.
            Assim, chegamos à Bolívia, ao Titicaca, Shanti Dwip, uma ilha em pleno Titicaca, pequenininha, só tem uma árvore, mas uma madre cultivou os vegetais, comendo autosustentável, uma beleza Gupta Govardhana, a nova fazenda, 60 hectares das mais maravilhosas paisagens, águas cristalinas, poços, cachoeiras, um ninho no Uchumachi, a montanha mais sagrada dos Aimaras, lá os devotos têm um canto de refúgio, manipulado pelos devotos colombianos, fantástico. Nossa! Quase me esqueço de Cusco, Sadhavan em Cusco, pode fazer uma peregrinação de Chaski ou servidor pela América, visitando estes lugares para orar à Mãe Terra e orar por lá. Isso significa serviço devocional (pagamentos), serviço desinteressado que se faz é um pagamento.
            Aryca, os trulys do vale de Lluta, lá nossos devotos estão defendendo a mãe natureza, muito lindo. Goura Mandal, La Serena, chega ao vale do Elqui, Diaguitas, Jagannath Mandir entre Mamayucta e Papallacta, montanhas sagradas de Diaguitas, uma coisa muito, muito bela, e os devotos do Chile se esforçando e fazendo coisas lindas, também escola de Yoga Inbound, Saranagati, escola de líderes, criação de devotos em anos, quando chega o lindo terreno de Catemu com a ilha do senhor Shiva, em Catemu se esquece do mundo materialista, é muito lindo. Ali se encontra com Maharaj Damodar, Tirtha Maharaj e depois segue ao sul do Chile onde está em Los Angeles uma fazenda que vai de uma ilha em um turbulento rio lindo, limpo, cristalino, até as neves das alturas, a fazenda muito linda, tem que visitar. Dali se segue ao Prema Mandal que é perto ao sul de Concepción onde há um lago lindo, onde os devotos podem tomar banho de lama, é incrível, um lugar muito bonito.
            Assim, neste mundo há muitos lugares revelados por Krishna e eu só falo da América do Sul, os outros santuários na Hungria, na Alemanha, na Índia ao lado dos golfinhos do Ganges, bem no ashram de Jahnavi Kunja e Sarasvati Kunja, nas duas pontas que chegam para se converterem no Triveni e lá estão os devotos te esperando ou em Vrinda Kunja que tem sido descrito como o templo mais bonito de Vrindavan. Gosto que digam, mas há tantos templos lindos...
            No Yamuna Kunja fizemos trabalho social e em Radha Kunda há devotos fazendo serviços lindos, limpezas grandes, estamos indo à maha limpeza de Govardhan, lindo, muito bonito o que Krishna nos dá, muito bonito. E na Espanha também, Tenerife, os devotos têm lugares para se reunirem como na Ilha Palma, uma devota tem uma caverna em frente ao Pacífico como um templo, mas é maravilhoso o que vi nas fotos, mas no verão parece que vou para lá.
            Esses são os santuários que se expandem de Gouranda Radha Vrajesvara, assustador e eu peregrino de um lado para o outro e me maravilho, porque encontro lindas coisas, a Mãe Terra tem sido muito misericordiosa, mas eu te pergunto: Para quê? Não para eu viajar, é para dar refúgio, cura, para que as pessoas possam encontrar a Prabhupada e sadhu-sanga, é incrível ver aos vaishnavas oferecendo refúgio. Acabou de abrir na costa algo da UDSA, p. Jagannath e m. Radha Damodar estão fazendo uma fazenda ecológica a 1 hora de Barranquilla. Não se esqueça que Srila Bhaktisiddhanta Sarasvati disse: “Eu quero um templo em cada lugar e isso é primordial, depois nos dedicamos à educação das nossas crianças, devotos novos, agora é a escola agroecológica.” Guardines del Sumapaz que também é outro canto lindo aqui no planeta em Varsana.
            Mais acima pelo caminho dos nativos originais, Muiscas, que caminhavam por lá e esses são santuários em forma física, depois há santuários dos harinams, em Bucaramanga, há um templo com Sri Gouranga e Krishna Balaram, esforço de Maharaj Bhagavat.
            Pois bem, agora tenho que falar das Vishnupriyas e das Maharanis, isso é um programa muito importante da família Vrinda, é respeito e dá apoio para que possa se tornar livre e apoiada, onde há muita deficiência em Kali Yuga, e que felicidade, na minha associação com os povos originários especialmente da Serra Nevada, há um respeito especial pelas Sagas e são muito visionários e muito amorosos, assim como as madres, então, eu acredito que na família Vrinda produzimos muitas Sagas, muitas maharanis, extraordinárias líderes que podem apoiar aos demais, então para todas as mulheres que estão em consciência de Krishna, as mães solteiras que pregam, as que oferecem refúgio a outras, a todas elas um grande aplauso. Impressionante, eu estou muito feliz, e mais, as visnupriyas me deram muito apoio para os trabalhos sobre regionais.
            Isso é a família Vrinda em 30 anos, os office bap são importantes, pessoas esforçadas, com tempo extra para mim para que possam me ajudar a fazer muitas coisas que eu não poderia fazer sob nenhuma circunstância, mas as madres me ajudaram muito, os devotos também, nem tem o que falar... Se quisermos falar de Vrinda, tem que falar de Sannyas Vrinda, das Maharanis Vrinda e do Pancatattwa, ministro de comunicação desta família, seria difícil este trabalho sem ele, um aplauso a ele! E eu sei muito bem o que estou dizendo, ele começou o chat dominical que utilizamos hoje para compartilhar esta mensagem, isso foi o Pancatattwa desde o início e manteve até hoje.
            Assim, todos os trabalhos do Seva, que são muito importantes, livros transcendentais, as literaturas para que o mundo saiba o que fazem os devotos. Há muita, muita coisa que a maioria dos devotos Vrinda nem sequer conhece, tem que se dar o tempo. Eu acredito que os Sons que Curam que só a m. Govinda escutou, já chegamos a 100 faixas de terapias sonoras. Isso é importante, são pequenos pedaços de um serviço que Srila Prabhupada deu ao mundo, quero que o mundo se apaixone por Srila Prabhupada, é o meu dever sagrado como seu discípulo, se não fosse por Srila Prabhupada não existiria a família Vrinda, isso eu posso garantir, um movimento de yoga por uma determinação de voluntários que está cada vez mais presente com um passo para chegar ao destino correto e não como algumas escolas de yoga que são só exercícios, tiram dinheiro e simplesmente pensam que Avatar é um filme de uns gringos.
            Bom, eu quero continuar falando do que celebramos no dia do 30º ano da missão Vrinda, é difícil, há muitos presidentes, quero aplauso para os presidentes que aguentam nos templos, isso é pouco para eles, você aguentaria? Não? E eles fazem bem. Presidentes, levantem a mão quem é há mais de 10 anos presidente de templo? Mais de 5 anos? Mando um abraço a todos os presidentes. Prabhupada quer ver presidentes para toda a vida, é algo muito bonito cuidar da vida das pessoas. Tenho que agradecer muito neste dia, neste momento, só posso pedir um recesso para poder trabalhar um pouco, há muito mais, não estamos muito de festa, estamos mais a trabalho, tem que trabalhar para que tudo progresse bonito!
            Com estas palavras me despeço. Jay Srila Prabhupada!

            Seu sempre bem-querente,

            Swami B. A. Paramadvaiti.

domingo, 19 de janeiro de 2014

Formando comunidade



Formando comunidade


“A espiritualidade é uma grande verdade própria da lei, é o que nos une por direito, por necessidade. Espiritualidade representa beleza e não tortura ou inquisição, por isso me sinto abençoado por buscar a solução ancestral, porque uma comunidade sem lei vai acabar em nada, onde vão brigar até por um alfinete, como é a mentalidade da supremacia que tira todos como um exército para deixar fluir seu poder podre.”




            Queridos devotos, hoje é o último dia na Colômbia. Dias importantes da Missão. Hoje Ati Quigua viajou à Costa Rica para se encontrar com a doutora Vandana Shiva, este encontro será histórico, o reencontro de duas culturas ancestrais.
            Ati Quigua busca proteger os laços entre Serra Nevada e Índia. Eu me sinto muito feliz com tudo isto, pois estes encontros são muito auspiciosos para todos. Nossa campanha principal é recuperar e proteger os valores ancestrais, oferecer uma educação baseada em valores espirituais que incluam o respeito a todas as culturas. Ati Quigua viaja como representante de Ikwashendwna levando uma mensagem de paz e amor universal. Ikwashendwna ou o Pacto Mundial Consciente são a união dos povos por um mundo melhor, por respeito aos valores. Krishna está manifestando tudo isto por Sua misericórdia e nós somos instrumentos deste grande plano.
            O que fazemos para aliviar o sofrimento do mundo? Primeiramente saber: Por que sofremos? Do que sofremos? A Oida Terapia nos dá a resposta a isso de uma forma científica. Agora que sabemos o porquê, o que fazemos? Como aplicamos o aprendizado? Aprendemos muitas coisas neste mundo, mas têm aplicação prática na vida? A maioria das informações que aprendemos está orientada no final das contas para nos manter economicamente.
            Não tivemos educação espiritual que complementasse a outra educação e desse sentido à nossa vida. Os sábios da Índia nos deram muita informação espiritual, a escola mística da Índia é rica em sabedoria, por exemplo, o Srimad Bhagavatam tem 18.000 versos orientados para despertarem a espiritualidade na sociedade, informação que serve inclusive a um ateu. Um ateu pode dizer que não acredita em Deus, mas acredita em valores, mas quem define ou estabelece os valores? De onde surgem ou como se ensinam? Como se educa com valores? Às vezes me encontro com estes ateus e pergunto se eles não adoram a mãe cósmica, a criadora da vida, e eles dizem “claro, como não”, então eu digo que eles são muito religiosos.
            Quero fazer um reconhecimento aos Mamos, avós e mestres da Serra, são um exemplo de cultura que têm lutado e seguem lutando para protegerem seus valores e isso se comprova no carinho e na generosidade que têm para com os demais, mesmo eles tendo sido abusados pelo mau uso da palavra religião. Eu me sinto um humilde aprendiz deles, eu era um dos hippies da Europa que buscava viver em comunidade, fizemos muitas tentativas de formar pequenas comunidades das que fiz parte, mas eu as vi se formarem e se acabarem, isso acontecia com estas comunidades, enquanto as comunidades arhuacas têm milhares de anos e ainda se querem, fazem pagamentos, estão aqui com a gente compartilhando.
            Estes dias pude participar de uma reunião de eco aldeias em Varsana, mas foi muito mais que eco aldeias, foi a necessidade de encontrar uma comunidade e ter uma relação sustentável com a terra, com outros irmãos, com as florestas, com os rios, com as árvores, com os animais e com tudo o que nos rodeia. Assim eu vi, foi um encontro de coração. O que nos une é a mãe cósmica, a fonte de toda biodiversidade que faz da nossa vida feliz, e também para enfrentar diferentes situações e conflitos.
A conclusão deste encontro é que não vemos inimigos mesmo que conheçamos pessoas que façam coisas horríveis, nós devemos buscar detê-las, mas não temos inimigos senão que irmãos um pouco complexos que devemos despertar e incluir nos bons. E aos bons, em suas variedades, mostrar que os matadouros têm relação com a violência, pois sofremos em grupo ou com algo que nos une. Eu pergunto se vocês sentem internamente que todos em grupo devemos receber as reações da ação de uma pessoa ou de um grupo específico? Precisamos tecer uma rede que vá muito além do sectarismo, identificar elementos que nos unam, como a proteção aos animais, à mãe natureza, aos valores e disto temos muito em comum.
Da visão védica, a meta da vida é a liberação. Nós podemos dizer que temos o ticket comprado para nos liberar, mas o perdemos se não ajudarmos aos demais para que consigam seu ticket. Todos devemos sair deste mundo, devemos ter uma comunidade curadora onde devem caber todos e a salvação é o estilo da vida que levamos. As eco aldeias têm este papel, serem centros de educação desta cultura curadora. Em uma eco aldeia há dois conceitos muito bonitos: O líder não se sente líder, se sente um formador, educador de líderes; e não há conceito de propriedade privada mesmo que tenha propriedade privada. Eles sentem que o que têm é emprestado e eles se sentem como guardiões. Para eles é muito claro que não somos donos senão que guardiões da mãe terra.
A espiritualidade é uma grande verdade própria da lei, é o que nos une por direito, por necessidade. Espiritualidade representa beleza e não tortura ou inquisição, por isso me sinto abençoado por buscar a solução ancestral, porque uma comunidade sem lei vai acabar em nada, onde vão brigar até por um alfinete, como é a mentalidade da supremacia que tira todos como um exército para deixar fluir seu poder podre. O líder de uma comunidade espiritual inspira a outros sob as regras que todos aceitamos, porque aceitamos que são boas para você, para formar, gerar, sustentar seu desenvolvimento pessoal e grupal, isso é um grande sacrifício.
Um ideal se solidifica materialmente quando há um sacrifício desinteressado de alguém disposto a contribuir e receber com amor a todos. Sabemos que há justiça no universo e se alguém começa a dar problemas, por lei universal se sabe que essa pessoa receberá o que merece, mas essa lei não está escrita, é algo que temos no coração.
Culto é cultura, é pagamento. Formando comunidade, encontrando valores pelo os quais eu quero me sacrificar, encontrando líderes que me inspiram porque eles são os mais sacrificados. Pode ter o desejo de ter uma eco aldeia, então deve dar sua terra à comunidade e entrar de acordo baseado no que dizem os avós para colocarem normas e regulações, porque eles se sacrificam e têm o bem comum de forma geral, esse é o culto pelo bem-estar de todos.
No movimento do meio ambiente há uma grande negligência por parte dos seres humanos para com os animais, até as Nações Unidas mencionaram a importância de deixar de comer carne, mas grandes organizações animalistas como a Green Peace não tem isso em primeiro lugar. Muitas organizações animalistas recomendam cuidar dos animais de estimação, mas não dizem como na Índia que o sacrifício animal é o que mais se deve evitar, e se precisar fazer, então faça um pagamento onde se mata o animal com suas próprias mãos e diga que ele terá o direito de fazer o mesmo com você na próxima vida. Espiritualidade é a defesa da Mãe Terra, de amar aos demais e de seguir um líder pelo qual sou capaz de me sacrificar sem fanatismo, sem pensar que ele é a única coisa que vale a pena.
Eu queria transmitir esta experiência de uma comunidade que tem e promove valores como o agradecimento, a pureza e a compaixão, e que sua base são as reuniões dos membros onde se discute como proteger juntos os ideais. Nestas comunidades há autoridades, mas não há temor. Para mim, espiritualidade são os ideais de uma comunidade, principalmente aos que têm uma relação próxima ou onde a força maior esteja baseada na convicção comum que todos temos. Falo das eco aldeias, pois tivemos a reunião mais importante de eco aldeias aqui, mas o conceito inclui a todas comunidades espirituais. Você tem uma comunidade espiritual? Então é parte desta rede.
Uma família espiritual já é uma comunidade. Se abrir a porta aos seus irmãos para falar dos valores universais, já terá uma comunidade. O futuro depende das comunidades que trabalham unidas em seus ideais, por isso estive feliz nesta reunião de compartilhar com tantos líderes suas experiências e seu existir por um mundo melhor.
Obrigado Srila Prabhupada, obrigado por esse presente e sem dúvida este presente é para vocês também.
Srila Prabhupada ki jay!

Seu sempre bem-querente,
Swami B. A. Paramadvaiti.

domingo, 12 de janeiro de 2014

Esse bhakti é o que adoramos




Esse bhakti é o que adoramos




“O Senhor está dentro no coração. O coração é o altar, o Senhor está nesse altar e o corpo é o templo, agora só devemos dar a atenção adequada a isso, por isso devemos plantar sempre as sementes do bhakti no coração e manter regando com o canto do Santo Nome.” 




            Queridos devotos, envio meu afeto a todos. Vocês sabem que o processo espiritual trata-se de plantar muitas sementes constantemente, sementes de bhakti. Há muitos tesouros que se manifestam como sementes para plantar dentro do coração: o hari-katha, o prasadam, a associação com os devotos... Srila Bhaktisiddhanta Sarasvati Thakur dizia: “Minha missão é estabelecer templos no coração de cada um”, e na verdade essa deve ser também a nossa tarefa.
            Não é algo difícil se visualizar, pois o Senhor está dentro no coração. O coração é o altar, o Senhor está nesse altar e o corpo é o templo, agora só devemos dar a atenção adequada a isso, por isso devemos plantar sempre as sementes do bhakti no coração e manter regando com o canto do Santo Nome. Se você fizer isso constantemente, as sementes vão germinar e também vão dar flores e frutos, assim como na natureza que uma semana germina, floresce e logo dá frutos e no final dá novamente sementes para que se espalhem por diferentes lugares. Da mesma forma, na medida em que cultivar e cuidar da semente do bhakti, ela dará flores, frutos e também novas sementes que deverão ser plantadas no coração de outros, assim, cada um de vocês pode expandir o lindo presente que recebeu do seu mestre espiritual e de todo o Guru Parampara.
            Cada um pode expandir a consciência de Vrindavan em todo lugar. Assim fez Sri Caitanya Mahaprabhu, quem enviou seus devotos a Vrindavan para iniciarem uma revolução espiritual que chegaria ao mundo inteiro vindo do coração da Índia. Dessa maneira, as sementes do bhakti que chegam no seu coração devem ser expandidas ao mundo inteiro. O verdadeiro tesouro que recebemos é o krsna-bhakti e por meio do atma-jñana, o conhecimento da alma, podemos chegar a compreender o objetivo da vida.

brahma-bhutah prasannatma
na socati na kankshati
samah sarveshu bhuteshu
mad-bhaktim labhate param

“Aquele que se situa no plano transcendental chega a compreender de imediato o Brahman Supremo e se torna feliz, ele nunca se lamenta por nada nem deseja possuir nada, ele tem a mesma disposição para com todas as entidades vivas. Neste estado, ele chega a Me prestar serviço devocional puro.” BG. 18. 54
E aquele que compreendeu a natureza da alma e que aprecia o tesouro do krsna-bhakti se ocupa em entregar esse conhecimento a todos os demais.

sarve bhavantu sukhinah
sarve shantu niramaya
sarve bhadrani pashyantu
maa kaschid dukha bhag bhavet

            Todo mundo deve ser feliz e essa felicidade verdadeira é a felicidade da alma. Apenas por meditar nesta afirmação, que o mundo inteiro deve ser feliz, você está desafiando a todos aqueles demônios que se encarregam de explorar e destruir, pois em Kali-Yuga a mentalidade exploradora só se encarrega de que todo mundo esteja doente e triste. Disso se encarregam os governos, as multinacionais, os políticos, as instiruições religiosas, por isso o caminho do Bhakti Yoga que trouxe Sri Caitanya Mahaprabhu é uma verdadeira revolução espiritual. Então, devemos nos ocupar em cuidar tudo o que Krishna colocou na nossa vida: as pessoas, os animais, a natureza...
            A consciência de todos esses demônios de Kali-Yuga se baseia no conceito “divida e conquistará”, por isso é tão importante a unidade dos vaishnavas, pois apenas trabalhando juntos pelo bem-estar da humanidade podemos levar exitosamente a mensagem de Sri Caitanya em cada aldeia e lugar.
            O tesouro do Krsna-bhakti é algo que temos que cuidar e cultivar para não cair nessa mentalidade de Kali-Yuga. É o tesouro que nos permite entender o amor universal e esse tesouro se pode adquirir por meio da completa rendição do ser. É a verdade que faz nossa vida valiosa, a busca da verdade deve ser nosso objetivo principal, isso é o que Srila Prabhuada nos ensinou, ele foi o grande embaixador da cultura védica no mundo. Devemos seguir seu exemplo e rogar por sua misericórdia, nós não somos muito sofisticados, mesmo em muitos casos não somos muito eruditos nas escrituras, mas com toda humildade e com coração sincero, rogamos a Srila Prabhupada e seus associados para que nos permitam a entrada ao território do Krishna-bhakti.
            Temos fé em Srila Prabhupada e em tudo o que ele nos ensinou. Essa é a nossa sincera e profunda oração, somos pequenas almas rogando misericórdia. Nosso Gurudeva nos disse que devemos adorar os elevados sentimentos das gopis, mas devemos manter certa distância de tudo isso, porque é algo muito elevado que não podemos entender. Então, da nossa humilde posição de simples serventes, rogamos a misericórdia de todos os devotos para continuar esta tentativa de serviço. Jñana sunya bhakti, esse bhakti é o que adoramos, o que está muito além da erudição. Essa é a semente do bhakti que devemos nutrir diariamente.
            Muito obrigado a todos vocês por se darem o tempo de ler estas palavras.
            Jay Srila Prabhupada!

            Seu sempre bem-querente,

            Swami B. A. Paramadvaiti.

domingo, 5 de janeiro de 2014

Como fazer com que nossas habilidades pessoais e nossa busca interna se traduzam em ações práticas positivas para o mundo




Como fazer com que nossas habilidades pessoais e nossa busca interna se traduzam em ações práticas positivas para o mundo






 “Se você realmente quiser alcançar o melhor e dar o melhor de si, sem dúvida alguma conseguirá. Se não estiver pronto para entregar o melhor de si mesmo, não poderá alcançar o melhor.”



            Meus muito queridos devotos, envio todo meu afeto da Colômbia. O tema do Chat de hoje é de como fazer com que nossas habilidades pessoais e nossa busca interna se traduzam em ações práticas positivas para o mundo.
            Neste tema eu gostaria de oferecer minha admiração pessoal para definir realmente o que significa se tornar uma pessoa verdadeira. Tornar-se verdadeiro significa ser honesto com Deus e também com todos os demais. Veracidade significa seguir os ensinamentos de Guru, Sastra e Sadhu e não especular a respeito, não devemos criar fantasias ou ilusões sobre a filosofia. Veracidade significa a determinação de estar conectado diariamente com o Srimad Bhagavatam, pois as escrituras sagradas são a medicina contra hipocrisia e falsidade.
            Aqueles que não buscam se conectar diariamente com Srimad Bhagavatam não têm a oportunidade de desenvolver o mais saudável do crescimento espiritual. O Srimad Bhagavatam é o guia para desenvolver uma sensibilidade especial de acordo com a veracidade. Então, fica claro que a veracidade é o primeiro elemento que devemos considerar no processo de entregar nosso coração ao serviço. Veracidade é satyam em sânscrito, o segundo elemento é sivam, auspiciosidade, e se refere a tudo aquilo que satisfaz a Krishna, o Guru e aos Vaishnavas, então, a pergunta surge: Como trazer auspiciosidade às nossas vidas?
            Bom, tudo isso começa com determinação se tornando uma pessoa consistente, determinação deve ser algo sempre presente na vida. Deveríamos inclusive destacá-la três vezes para que ganhe a importância que precisa: determinação, determinação e determinação. Assim como os ksatryas que seguiam o princípio de que se prometessem algo três vezes, deveriam morrer se não cumprissem. Forte assim deveria ser nossa determinação.
            A que estou determinado? Qual é o objetivo da minha vida? Os pés de lótus de Sri Radha Govinda devem ser esse objetivo. Os pés de lótus do meu Gurudeva... “pujala raga-patha gaurava bhange”, essa era uma frase que Srila Bhaktisiddhanta Sarasvati Thakur dizia frequentemente. Essa meditação nos leva a lembrar que somos serventes e que devemos fazer o que Sri Radha-Krishna e meu Gurudeva querem que eu faça. Dou um exemplo:
            A primeira vez que me encontrei frente a frente com meu Gurudeva foi em Paris, de alguma forma cheguei em seu quarto que estava cheio de gente e de algum jeito pude prestar reverências aos seus pés de lótus. E então apenas me levantei das reverências e Prabhupada me olhou e disse: “Ocupe o resto de sua vida em dar aos outros o que eu dei a ti.” Assim, a primeira frase que me disse, a primeira vez que o vi pessoalmente, ele me deu uma tarefa para toda a vida. Não só algo para as próximas semanas senão que uma tarefa para toda a vida, e isso se converteu no objetivo da minha vida, o objeto da minha determinação, não tenho outra coisa mais para fazer do que isso.
            Eu estava buscando um Guru e ele me deu serviço para toda a vida. Eu estou muito agradecido por este acontecimento. Encontrar um mestre espiritual é realmente uma mudança muito profunda para a vida. Então, determinação é muito importante. Determinação para ter uma vida auspiciosa em serviço. Assim, as primeiras duas características, satyam (veracidade) e sivam (auspiciosidade), correspondem a ideais muito elevados. Agora vou falar da terceira:
            O que significa sundaram? Explico com um exemplo: Se uma vela é bonita, cem velas são ainda mais bonitas, então, a lógica é: consigamos milhões de velas bonitas para que tudo se torne bonito. Essa é uma metáfora que nos diz que tudo o que fazemos deve ser feito com formosura incrementada ao máximo. Se você quiser pregar sobre Krishna na internet, tem que fazer com o melhor esforço, cuidando de todos os detalhes disso. Para isso, tem que aprender a fazer páginas de web, fazer os desenhos para que fique bonita, aprender como funciona tudo na web, como se pode promover melhor sua página, etc.,etc. Você tem que se capacitar adequadamente para isso.
            A beleza está diretamente relacionada com a intenção que se põe às coisas que se faz. Algo com uma intenção honesta e pura é belo, e devemos nos preocupar para que as coisas sejam realmente belas, que estejam bem feitas e bem cuidadas. O belo tem significado, se algo não for belo, não damos importância. Qual é a verdadeira beleza? É a beleza do coração, e esta beleza se manifesta nos atos. Não é algo como um belo cozinheiro que alimenta aos demais com belos pensamentos, ele tem que cozinhar com beleza, com dedicação, para que os demais comam. É algo verdadeiro. Como aplicar a beleza na vida cotidiana? Permitindo que todos seus atos se tornem belos, que tudo o que fizer esteja incrementado pela dedicação. Embelezar significa explicitamente trabalhar duro por algo, trabalhar até que se veja bonito.
            Beleza = trabalho e dedicação. Satyam Sivam Sundaram = veracidade, auspiciosidade e beleza. É Vrindavan, a terra da personificação de satyam, sivam, sundaram, o lugar de Srimati Radharani, o lugar mais elevado de veracidade, auspiciosidade e beleza. Por isso me sinto muito envolvido em manter Vrindavan e Yamuna limpos e belos, porque são essencialmente belos e não deveriam estar contaminados assim. Eu sinto que Vrindavan deve ser gloriosa, os templos devem ser bonitos e a adoração à deidade deve ser maravilhosa. Isso é o que nos ensinou Srila Prabhupada e isso é parte de minha própria devoção, e meu Gurudeva me disse: “Transmita aos outros a beleza que é Krishna”, e eu me dediquei a isso nestes anos. Eu realmente quero que as glórias de Sri Krishna se difundam sem limites e que todo mundo possa conhecer e se apaixonar por elas. Por isso sinto que tenho que ajudar na busca de soluções para que os lugares sagrados como Vrindavan e Mayapur se mantenham lindos e limpos. O mesmo com nossos templos e fazendas, eles devem ser também um exemplo de satyam, sivam, sundaram. Para conseguir se manter atuando sob a guia destas três características, precisamos de muita paciência. Paciência, determinação e boa organização.
            E como fazer para que tudo se organize de maneira correta? A primeira etapa da boa organização é a observação e isso na vida brahmacari se traduz como “sravanam”: escutar, escutar e escutar as instruções dos nossos acaryas. Nossos mestres espirituais não descenderam a este mundo apenas para nos entreter, eles vieram para nos dizer o que é correto para se fazer na vida. Por favor, não sejam negligentes com esta mensagem, apliquem-na em suas vidas. É algo básico, nós escolhemos se queremos viver em preyas ou sreyas. Se os seus atos estão focados em conseguir um resultado imediato das coisas, então está em preyas, não pensa no futuro nem nas consequências. Os atos em preyas só geram resultados negativos no futuro. Por outro lado, sreyas é o caminho da sabedoria. Temos que observar as coisas. Observar, observar e observar... Aprender e aplicar, aplicar e aplicar. Para que aprender se não for aplicar? Não precisa perder seu tempo aprendendo alguma coisa se não for colocar em prática. Aplique!
            Da mesma forma, na vida espiritual devemos observar como se desenvolvem as coisas e atuar em sreyas, considerando as consequências de que tudo o que fazemos terá algo no futuro. Devemos atuar considerando o impacto do que fazemos, por isso devemos atuar corretamente e isso sempre é mais difícil do que fazer as coisas mal. Atuar de maneira correta requer dedicação, cuidado, muita atenção e tudo isso é personalizado, se aplica a nós e às nossas relações com os demais. São muitos detalhes para cuidar, não é algo simples. Embelezar, embelezar e embelezar, não é algo externo, não trata-se de colocar algumas luzes aqui e outras raridades ali, é algo interno. Dedicação, sacrifício, trata-se do tesouro interno dentro de cada um de nós. Beleza é uma questão diretamente relacionada com o amor. Se você sentir amor, vai querer fazer coisas belas, ou dizendo de outra forma, quando se tem amor por alguma coisa, as coisas saem belas naturalmente.
            O amor faz com que as coisas ganhem importância e é importante querermos que seja belo. Isso é o que aprendemos do Bhagavad Gita e do Srimad Bhagavatam, que a pessoa mais importante, a mais veraz, a mais auspiciosa e a mais bela se chama Krishna e Ele ama a Radha e ela é a própria personificação de satyam sivam sundaram. E Krishna é tão encantador que Radha, a personificação da beleza, auspiciosidade e veracidade, O ama mais que tudo na vida. E se você quiser entender mais sobre tudo isso e quiser entrar neste mundo da perfeição, beleza e amor, então terá que entregar seu coração por completo, tem que entregar o mais profundo da sua existência, dar o que é mais sagrado para ti, sem isso não poderá nunca entrar no mundo do amor. Srila Sridhar Maharaj costumava chamar a Krishna de “A maravilhosa maravilha de todas as maravilhas”. Não há nada mais maravilhoso e incrível que Sri Krishna, Ele é a Beleza Suprema, o Encatador Infinito. E como se vincular a Ele?
Se você realmente quiser alcançar o melhor e dar o melhor de si, sem dúvida alguma conseguirá. Se não estiver pronto para entregar o melhor de si mesmo, não poderá alcançar o melhor. Tudo depende da sua capacidade de apreciação para saber o que é realmente e o que tem que fazer para conseguir o melhor. Você não pode comprar Krishna na loja da esquina, não pode fazer uma fotocópia ou fazer uma cópia pirata, não, não pode copiar o bhakti desta maneira. Você deve estar pronto para dar o que for da forma mais elevada e logo neste momento poderá entender a maravilha que é Deus, a beleza personificada. Ele se faz presente em cada momento, só que não estamos capacitados para apreciar. Krishna se manifesta na beleza de uma flor, na beleza de uma árvore de tamal, na beleza dos vaishnavas. Krishna mesmo quer que você O converta no objetivo de sua vida, que Se torne sua vida e alma e então poderá ser capaz de ver as coisas que seus olhos e seus sentidos não são capazes de mostrar.
            Essas são minhas palavras para vocês no dia de hoje. Agradeço por lê-las. Que as bênçãos de Srila Prabhupada caiam sobre vocês neste novo ano.
            Todo meu afeto.
            Jay Srila Prabhupada!

            Seu sempre bem-querente,

            Swami B. A. Paramadvaiti.