domingo, 16 de fevereiro de 2014

Trigésimo aniversário da Missão Vrinda




Trigésimo aniversário da Missão Vrinda




"Eu me atrevo a continuar animando a outras pessoas para que se sacrifiquem também e façam algo grande para Srila Prabhupada, que confiem nele, que leiam seus livros, que façam todas as coisas que nossos mestres fizeram, pois desta forma eles chegaram a crescer espiritualmente e se tornaram parte desta transação mística, mística e milagrosa.”



            Meus queridos devotos, envio todo o meu afeto de Vrinda Kunja onde chegamos hoje pela manhã na hora do Mangal Artik. Hoje quero oferecer minhas mais humildes reverências a Sri Sri Guru Gouranga Radha Vraja Mohan, quem nos dão a misericórdia de poder celebrar este trigésimo aniversário da Família Vrinda em Vrindavan. É muito auspicioso e fico muito feliz, quero pedir a misericórdia de Sri Sri Guru Gouranga Radha Vraja Mohan para poder continuar a servi-Los, Ele vieram a este templo para aceitar o nosso serviço e estamos muito agradecidos. Além disso, Eles nos inspiraram e guiaram em todos estes anos e em várias direções diferentes, praticamente podemos dizer que Suas Senhorias foram a inspiração para continuar viajando e pregando como um peregrino mendigo de amor, essa é a minha profissão. Houve vezes que na fronteira me perguntaram o que eu fazia e eu disse isso: sou um peregrino de amor.
            Então, hoje começa a celebração dos 30 anos da Família Vrinda em Vrindavan. Este será um ano muito especial onde vamos projetar muito nossa vida espiritual, porque depois dos 30 anos, uma pessoa é mais que um adulto, o mesmo acontece com nossa família espiritual.
            Estes 30 anos marcam o ato de que já é hora de amadurecer e nos encaminhar corretamente. Significa que já chegou a hora dos devotos que estiveram me acompanhando durante este tempo de tomarem responsabilidades importantes em seu prabhu datadesh e se estabelecer em serviço em algum lugar onde possam cuidar das pessoas que estão sob sua proteção, que se preocupem que a família multifacetada tenha continuidade. Claro, eu não me sinto muito qualificado para fazer isto e inclusive tenho que dar aos outros, que tampouco são qualificados, para que se convertam em representantes de alguém elevado e qualificado como Srila Prabhupada.
            A gente se pergunta como isso é possível, é como dizer que há um professor de matemática que acabou de aprender matemática, mas, de uma forma ou outra, tudo vai se ajeitando com humildade e assim podemos fazer serviço para o qual não estamos preparados. E com essa humildade podemos dizer a Srila Prabhupada que graças à sua misericórdia tudo isso se encaminha, e claro, quando quiser delegar e entregar esta responsabilidade a outros, se faz ainda mais difícil.
            Esta noite escutei uma aula muito bonita e emocionante de Srila Prabhupada na qual falava sobre os bhajananandis, me emocionei muito com esta aula... Prabhupada dizia que os pregadores sempre estão se arriscando, pois neste mundo há muito potencial para desenvolver o serviço, devido a isso, um devoto pregador toma muitos riscos na sua tentativa de ajudar a outras pessoas e Krishna leva muito em consideração esses riscos, ao mesmo tempo que dá uma proteção especial a estes devotos. Pois quando estamos dedicados apenas ao nosso próprio bem-estar, acabamos desenvolvendo uma mentalidade vazia que não nos permitirá desenvolver com mais profundidade. Tomara que tenha alguma profundidade para que não se destrua. E claro, esta última não era uma linha de Srila Prabhupada, ao contrário, nesta aula Srila Prabhupada glorificava abertamente àqueles que se arriscam para compartilhar com outras pessoas o que aprenderam de seu mestre espiritual.
            Neste sentido, eu me atrevo a continuar animando a outras pessoas para que se sacrifiquem também e façam algo grande para Srila Prabhupada, que confiem nele, que leiam seus livros, que façam todas as coisas que nossos mestres fizeram, pois desta forma eles chegaram a crescer espiritualmente e se tornaram parte desta transação mística, mística e milagrosa. Não se pode compreender o fato que podemos ser até mesmo sannyasis e difusores, comunicadores da mensagem divina de Sri Gouranga, isso entra totalmente na categoria da misericórdia sem causa e inexplicável.
            A verdade é que eu me sinto muito agradecido com Srila Prabhupada e com todos aqueles que levaram sua mensagem, isto não chegou até nós. O fato de Prabhupada ter discípulos em todos os lugares assegurava que sua mensagem estava se expandindo, mesmo que ele próprio não estivesse em todos os lugares, mas sim estava através dos seus representantes. A todos eles eu ofereço minhas reverências.
            Também me ponho a pensar no fato de uma pessoa ter tão pouca experiência como eu (que mesmo eu tendo passado alguns anos mais, diante da Suprema Personalidade de Deus, somos apenas uma criancinha), continua tendo a chance de servir. Por isso, eu estou mais que convencido que cada devoto, de qualquer forma, é um siksa-guru. Não há muito o que discutir a respeito, melhor, é uma realidade. Geralmente o discípulo não tem uma associação muito constante com seu diksa-guru, isso é muito difícil, geralmente estamos com o diksa-guru por alguns dias ou um mês, mas é algo inédito. Eu mesmo compartilhei pouco tempo ao lado do meu Gurudeva Srila Prabhupada, o vi umas 20 vezes, mas sempre esporádicos, mesmo estando quase um mês na Índia em 1976, ainda assim quase não o via, pois Prabhupada sempre estava muito ocupado, mas me sinto muito afortunado de haver estado.
            De qualquer forma, o fato de estar ao lado do mestre espiritual fazendo um serviço pessoal a ele é algo muito difícil, estes são poucos momentos na vida e o melhor é que temos de viver deles o resto da vida. Claro, eu tive também a chance de me associar com Srila Sridhar Maharaj e Srila Puri Maharaj, logo também com Srila B. B. Tirtha Maharaj e outros vaishnavas muito elevados. Com eles eu pude ter também certa aproximação, tocar seus pés, sentir sua vibração, ver seu sorriso, receber seu abraço e tudo isso de muito maravilhoso. Assim, me sinto muito afortunado e vocês também têm essa oportunidade de se associar com grandes vaishnavas das diferentes missões.
            O ponto principal é que o siksa-guru é quem tem a responsabilidade de cuidar da vida dos devotos e dirigir o refúgio deles, é um serviço principal e muito especial, assim como a pessoa mais importante na cozinha é o cozinheiro, siksa-guru é essencial na vida do discípulo. Devemos ser muito cautelosos e não nos esquecer que somos dependentes da misericórdia de Krishna. Qualquer coisa que façamos é sempre por misericórdia, é por essa misericórdia que sobrevivemos, continuamos no caminho e podemos atuar como representantes e entregar tudo o que nosso Gurudeva nos deu.
            Assim, meus queridos, este ano número 30 da Família Vrinda será um ano de lançar foguetes, lançar foguetes vaishnavas para seu serviço com muita, muita, muita autonomia. Claro, o devoto não quer ser autônomo, por natureza o devoto quer ser muito dependente dos seus guardiões, mas, mesmo sendo dependente, é muito importante assumirmos a responsabilidade nesta tarefa de se converter em um representante, um guia espiritual.
            Tudo isso é natural e deve seguir sendo natural. Família significa que dela logo nascerão muitas famílias, se não for assim, a família começa a se extinguir. A maravilha é que quando uma família dá origem a muitas famílias, se converte em uma dinastia. Eu espero que nossa família se torne uma dinastia de Sri Gouranga Mahaprabhu.
            Nós recebemos muita misericórdia de Srila Prabhupada e essa mesma misericórdia é a possibilidade de nos tornar um representante de Srila Prabhupada. Recentemente tivemos a misericórdia em nome de Srila Prabhupada de ser aceito como um mamo unificador das culturas ancestrais. Os mamos kogis e os mamos arhuacos que são os guias espirituais dos povos nativos da Colômbia, juntos nos concederam esta responsabilidade de unificar e difundir esta sabedoria ancestral. Eu não senti que isso foi algo para mim, melhor, eu senti que Srila Prabhupada estava sendo reconhecido por eles. Foi um reconhecimento do âmbito espiritual das culturas nativas. Até nosso querido Srila Prabhupada quem é sem dúvida alguma um mamo.
            Este reconhecimento que se realizou em Varsana durante o encontro “O chamado da montanha” foi em plano deles, pois inclusive nos trouxeram a túnica de mamo e a entregaram. O fato de haver sido nomeado mamo é para mim um grande reconhecimento a Srila Prabhupada e à sua missão na América Latina, pois é difícil que alguém seja aceito pelos povos nativos de diferentes países. Os povos nativos da Colômbia reconheceram aos vaishnavas como umas das 100 tribos originárias do país, o que demonstra como são abertos seus corações para aceitarem aos devotos e sua filosofia.
            Com isto me despeço.

            Seu sempre bem-querente,
            Swami B. A. Paramadvaiti.

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