domingo, 24 de novembro de 2013

Usar a internet com responsabilidade



Usar a internet com responsabilidade



 “Às vezes nos vemos nos meio de certo paradoxo, assim como união e separação, sempre queremos estar juntos, mas temos que nos separar para que aumente o desejo de estarmos juntos.”




            Mais uma vez, meus queridos filhos, um Chat Dominical.
            Todas as glórias a Srila Prabhupada! Todas as glórias a Sri Mayapur e suas 9 ilhas! E todas as glórias ao Harinama Sankirtan!
            Ainda somos muito teimosos muitas vezes, ficamos dependentes unicamente da misericórdia de Krishna. Meu desejo é ter minha consciência purificada para sempre escutar ao meu mestre espiritual e servir aos seus devotos.
            Estes são os últimos dias de novembro, está se aproximando a nós a grandiosa maratona de sankirtan de dezembro. Isso naturalmente me faz lembrar os primeiros dias quando estas maratonas de dezembro eram de grande ajuda para coletar e fazer projetos, imprimir livros, terminar construções nas fazendas, ou simplesmente aumentar intensamente a distribuição da literatura para poder participar em maratona. Considerando a potência que tem um livro de Srila Prabhupada, a impressão e a distribuição da literatura transcendental, em qualquer forma que seja, é uma tarefa de máxima urgência. Ainda que eu tenha dito várias vezes, não pude cumprir a continuação de diversas produções nas quais estava envolvido, sigo mantendo o desejo de voltar ao sankirtan com todos os presentes que recebemos, esses presentes são muitos.
            Agora mesmo estou fazendo um plano com os devotos de Vrindavan para que mandem muitos quadros lindos com imagens de Krishna, de cor dourada e muito bem desenhados para que os possam incluir dentro dos artigos de sankirtan, tomara que com as das deidades locais que nós temos. Aqui na Índia há muita variedade desta “bugiganga”, eu os chamo assim porque são de categoria “fantasia”, mas são belos artigos que animam a meditação e permitem construir um belo altar em casa. Por exemplo: Imagine quantas pessoas levariam 10 lindos quadros para terem em suas casas em um lindo altarzinho. Só entre os amigos dos templos seria um grande sucesso e, como eu disse, estes artigos não são muito caros e não requerem tanto para investir. Justamente tinha este desejo há muito tempo, mas ainda não se manifestou, pelo menos não através dos S.E.V.A.S., talvez os devotos tenham levado estas coisas para distribuir individualmente. Aqui na Índia há tanto disto que quando vemos, pensamos que já não vale nada, pois é assim, tudo o que há em abundância deixa de ser apreciado. São artigos particulares que penso para o sankirtan personalizado.
            Esta semana, falando com Swami Maharaj, chegamos à conclusão que nossa Missão precisa de uma revista no estilo jornal, mesmo que seja de uma ou duas folhas. Para que será? Para que todos os amigos estejam atualizados do que está acontecendo na Missão. O custo de uma folha de jornal ou duas é muito pouco e pode ser distribuída em grandes quantidades nos eventos, como por exemplo: o Eco Yoga Festival, o daria gratuito às pessoas que vão, inclusive pode levar publicidade dos mesmos devotos e dos templos para que se mantenha conectado com o local, mas a ideia principal é que seja um jornal que se distribua na Missão Vrinda.
            No início pode sair a cada três meses e se difundir bastante e no futuro pode chegar a ser publicado a cada mês. Isto requer muita ajuda local para impressão e também para por nas mãos dos distribuidores, lojas, centros de yoga, etc., pois nossa problemática não é que nos faltem artigos, nos faltam por os artigos nas mãos respectivas dos distribuidores. Estamos formando o staff para isso, a m. Sita do Equador aceitou com muito entusiasmo compilar os textos que mandarmos. Podemos tirar coisas do Vrinda News, mas também podem ser mais informações, algo do calendário dos próximos três meses, informações sobre os grandes projetos que a Missão esteja desenvolvendo, porque, no final das contas, muitas pessoas não querem ver notícias na internet. Também é bom ter alguns escritos, pois o poder da leitura está reduzindo nas pessoas.
            Esta semana li um artigo com o nome: “Será que o Google está nos fazendo estúpidos?”; depois de ler este artigo, me convenci novamente que um estrito controle contra o abuso da internet deve ser exercido em todos os monastérios vaishnavas, sobretudo para aqueles que fazem um serviço construtivo ou importante (via internet), mas que sim perdem muito tempo nisso. Porque de fato, para alguns serviços, a internet e o computador acabam sendo inevitáveis. Assim como todo instrumento, deve ser usado com toda prudência do perigo e com ele se pode proceder e servir a Krishna, mas não devemos nos iludir também. Hoje em dia há tantas páginas na internet que quase ninguém vê nenhuma. Por exemplo, a página que comecei anos atrás para fazer uma apresentação dos nossos serviços, sinceramente, nem eu mesmo a vejo há anos, isso significa que tampouco esteja em dia.
            O tempo é muito precioso e quando falamos ou escrevemos, querendo levar o néctar ao grau máximo, de fato podemos distribuir este néctar de muitas formas, inclusive na forma de pdf dos livros de Srila Prabhupada através da internet. Possibilidade de serviço existe, mas na prática não se realiza com muita frequência. Manter um lugar de pregação da Consciência de Krishna onde se faz serviço diariamente é algo admirável. Conseguir casas, juntar dinheiro ou esse tipo de coisa externa é simplesmente nada comparado à pregação. Por isso, praticando yukta-vairagya de Srila Bhaktisiddhanta Sarasvati Thakur, não podemos fazer uma rejeição total à tecnologia, mas devemos ser responsáveis para dar boa orientação aos que chegaram às nossas vidas. Eu diria que a internet é perfeita para perder o esposo, a esposa, os filhos, os pais, inclusive a sanidade e a saúde.
            De fato temos mais material do que as pessoas podem aproveitar, em outras palavras, precisamos de muita maturidade para saber como manejar as coisas na vida. Só para manter a linda relação entre pais – filhos espirituais são um presente tão grande e, neste presente, está incluído o fato de que vocês também terão filhos espirituais que devem ser cuidados com toda sua vida – porque só se cuidarmos bem dos nossos filhos poderemos ser chamados de pai de confiança. Algo tão grande como a história do serviço a Krishna realmente não posso imaginar, mas, como é o ditado: “O que não cuidar, poderá perder”. Por isso temos que cuidar uns dos outros, porque perder um só de vocês seria algo insuportável, ainda que isto soe um pouco exagerado, de fato, na vida temos que superar coisas insuperáveis, tolerar algo intolerável, ou suportar algo insuportável. Isso o impulsiona adiante para fazer o que lhe toca fazer, fazer as coisas com diligência e, sobretudo, se entusiasmar pelas tarefas que receber.
            Assim, este Chat de fato mandamos pela internet, que estamos utilizando já faz muitos anos graças a Pancatattwa, quem estabeleceu este Chat na nossa família. Às vezes nos vemos nos meio de certo paradoxo, assim como união e separação, sempre queremos estar juntos, mas temos que nos separar para que aumente o desejo de estarmos juntos. O próprio lila de Radha e Krishna está cheio disso. Imagine, uma das coisas que a mim mais tocou foi Lokanath Goswami, quem renunciou sua família e tudo e foi onde estava Sri Caitanya, e na primeira semana que ele chegou, Mahaprabhu disse: “Você fará serviço a Vrindavan” e Goswami disse: “Mas meu Senhor, quero estar conTigo...” e ficou mal. Bhugarva Goswami o viu nesta condição e disse: “Se você for seguir a ordem de Mahaprabhu, eu te acompanho”, e ambos foram a Vrindavan para servir a Mahaprabhu.
            Imagine, Lokanath Goswami queria estar com seu Guru e em poucos dias teve que se separar dele. Assim, muitos devotos viram a Mahaprabhu só uma vez na vida, ou Srila Prabhupada teve discípulos (irmãos espirituais meus) que nunca estiveram com ele. Eu por pura misericórdia tive a oportunidade de estar com Prabhupada, tocar seus pés de lótus, mesmo que não tenha sido tão próximo. Isso é união em separação. Prabhupada, de todos os modos, foi muito carinhoso com todos, nos confortava. Eu acredito que a primeira vez que o vi, caí prostrado aos seus pés em uma casa humilde na França. Era um lugar muito pequeno e Srila Prabhupada estava descendo e eu me atirei na frente para reverenciar... Mas, misericórdia de Prabhupada, é algo incrível. Essa foi uma experiência muito linda. Assim, por misericórdia, eu tive a chance de estar com Prabhupada e fazer coisas em relação a Prabhupada.
            Com estas palavras me despeço. Que os pés de lótus de Srila Prabhupada estejam sobre minha cabeça para sempre, essa é para sempre a oração da minha vida. Lembrem-se desta mensagem de utilizar a tecnologia com responsabilidade e se manter em seu serviço mesmo que em separação.
            Um abraço de Mayapur.
            Jay Srila Prabhupada!

            Seu sempre bem-querente,

            Swami B. A. Paramadvaiti.

domingo, 17 de novembro de 2013

Devemos aceitar nosso dever prescrito




Devemos aceitar nosso dever prescrito




“Se não formos felizes, então como faremos felizes aos outros? Essa é uma pergunta muito importante. Se não conseguirmos fazer aos outros felizes, então que valor tem o que estamos oferecendo? Se não tivermos a predisposição ou a capacidade de fazer felizes aos demais, então temos praticamente garantido o sofrimento.”




Queridos devotos. A ausência de clareza e amor em nossa vida é levada ao extremo quando as pessoas perdem o entusiasmo. Todos conhecemos um pouco dessa experiência de perder o ânimo, como estar animado um dia e no dia seguinte nem querer se levantar da cama. Por isso, o sacrifício deste kartik dá as mãos com a oração a Krishna de sempre nos permitir servir e também de poder “tolerar” aos devotos. Por que digo “tolerar”? Porque, na verdade, buscamos tolerar aos outros. Então, na vida vinculada com os devotos, buscamos aprender a tolerar tudo isso que a mente materialista não nos deixa compreender. Isso se torna inclusive uma necessidade, pois a única conexão que temos com Krishna são os devotos, sem eles não podemos fazer nada. Quando os devotos não estão em nossa vida, esta se torna vazia, pois sem eles só nos inclinamos ao sustento da nossa mente e assim permaneceremos sempre no caminho de Maya.
Por isso, a associação com os devotos é um presente, mas, como qualquer tipo de convivência, se faz algo complicado de levar às vezes. Isso nem sequer é culpa dos devotos, eles não são difíceis de aguentar senão que é a nossa mente que não aguenta nem a si mesma e não quer conviver com os outros. Desta forma, mais que aguentar ou não, devemos nos ajudar com os princípios básicos deste mundo, esse princípio é o temor.
Temor é o princípio e Amor é a solução. Por que temor? Porque dia após dia vivemos com temor, o mundo material está feito baseado no temor, temor a morrer, a adoecer, a que aconteça alguma coisa, mas o temor pode ser substituído pelo sentido do dever. É o dever que nos faz nos acalmarmos e nos darmos conta que temos que fazer coisas porque “buscamos”; “Busco alimentar aos meus filhos”, “busco levantar cedo”, “busco dar a aula do Srimad Bhagavatam”, é um dever. Manter o corpo limpo é um dever, fazer ekadasi e glorificar os dias sagrados de Krishna é um dever, cantar os Santos Nomes é o dever mais elevado. Ter boas relações com os demais também é um dever muito importante. Imagine, nós somos 70 pessoas aqui que passamos juntos um mês completo que termina hoje em Rasa Purnima e não brigamos em nenhum momento. Isso é um exemplo de que se podem manter relações de apreço e afeto constantemente.
Devemos aceitar nosso dever prescrito com muita alegria, por exemplo, este Braj Mandal Parikram com todos vocês é uma alegria fantástica, mas ao mesmo tempo é um dever, é algo que nos toca manter dia após dia: hoje é parikrama ali, amanhã em outro lugar, etc., etc.
Por confusão, podemos chegar ao ponto de nos sentir aborrecidos de realizar o dever prescrito. Por quê? Porque a mente me diz que há outra coisa melhor para mim, mas não devemos nos deixar perturbar pela mente. Por isso, quem aceita ao Guru de verdade, pode substituir a mente inquieta com essa conexão de sempre estar planejando e organizando baseado nos deveres prescritos, porque isso faz o Guru, ele planeja os deveres prescritos das pessoas, ele observa sua vida e projeta seus deveres prescritos segundo a posição na que se encontra: um sannyasi tem um tipo de dever prescrito, uma criança tem outro e assim cada um tem seu próprio dever prescrito. Por exemplo, para uma criança de 5 anos, seu dever prescrito é comer, se manter limpo e brincar, mas, na medida em que cresce já começa a escola e agora sim há deveres prescritos, tudo se torna sério. Agora tem que se levantar em um horário específico, se sentar na sala de aula de frente ao professor, ter boas notas, é uma pílula bem amarga.
Então, se não buscarmos estar entusiasmados enquanto cumprimos nossos deveres prescritos, há outra saída… É a saída do apego, o apego espiritual. Apego se transforma em amor quando realmente o tomamos de frente, quando levamos à sério. O que é o apego? É a capacidade de ver o dever prescrito não como uma obrigação senão como ações que podem se encher de amor. Isso torna tudo mais fácil, por exemplo, eu me apeguei tanto a estar com os devotos aqui em kartik compartilhando todo dia, que não posso pensar na ideia de deixarmos de estar juntos. Realmente não gosto da ideia, mas o dever prescrito me chama para viajar… a todos nos chama o dever prescrito e a única solução é se apegar a tudo o que tenha a ver com esse dever prescrito e fazer com amor, inclusive não sabemos se esta será a última vez que nos vemos. Assim é a vida, não?
Hoje estivemos em vídeo-chamadas com a madre Radha Tulasi Maharani, quem abandonou o corpo no dia de Rasa Purnima, algo tão auspicioso e belo. Ela foi pujari de Suas Senhorias Radha Vrajesvara por mais de 15 anos, deixou o corpo em Varsana junto aos devotos cantando os Santos Nomes todo o tempo. Uma Maharani muito linda que voltou ao mundo de Krishna. Eu até senti inveja de uma partida tão linda, eu gostaria de deixar o corpo desta forma. É uma experiência muito forte, mas também muito linda. A todos nos toca e tocará isso. Na Consciência de Krishna sabemos isso e estamos muito agradecidos em podermos nos preparar para partir, cheios de amor e zero ressentimentos.
Os ressentimentos são como ratos internos. Ressentimento significa que culpamos os outros pelas coisas que acontecem, se queixa dos demais que nem sequer entendem o que está acontecendo com a gente, por isso a frase “Ai de mim”, o se fazer de vítima, não serve de nada, não tem nenhum valor. Nós temos que compreender isto e converter nosso dever prescrito em algo sagrado, aceitar nosso destino e tudo o que Krishna dá e apreciar. Apegar-se ao que temos de fazer e com este apego nos animarmos constantemente para melhorar e fazer felizes aos que estão ao redor. Eu acredito que só quando temos apego pelo serviço, conseguimos fazer as coisas realmente bem. Se nos mantivermos apenas no dever prescrito, mas sem apego, então as coisas ficam meio vazias.
Quando estamos apegados ao serviço, nos mantemos agradecidos. Eu espero que quando vocês tenham algum problema na vida possam se lembrar destas palavras neste dia, ao término de kartik, e que possam concluir em seu coração que o único objetivo que temos é de nos apegarmos a Krishna, aos Seus devotos e ao meu serviço, porque neste apego vive a felicidade. Se não formos felizes, então como faremos felizes aos outros? Essa é uma pergunta muito importante. Se não conseguirmos fazer aos outros felizes, então que valor tem o que estamos oferecendo. Se não tivermos a predisposição ou a capacidade de fazer felizes aos demais, então temos praticamente garantido o sofrimento.
Há muito trabalho para fazer. Em todos os lados, na Colômbia, no Chile, em cada um dos nossos programas. Quando levantar algo, quando começa um serviço trabalha duro e nos apegarmos à beleza de fazer dia após dia, apreciando cada detalhe que Krishna nos manda para o desempenho disso.
Com estas palavras me despeço hoje, neste lindo dia de Rasa Purnima. Desejo a todos vocês que sejam encantados pela flauta de Sri Krishna e possam se apaixonar pelo seu serviço e de tudo o que Krishna lhes enviou. Envio todo o meu afeto de Vrinda Kuñja neste auspicioso dia. 
Srimati Tulasi Maharani de volta ao mundo espiritual ki jay!
Todo os lindos devotos e devotas que fazem serviço dedicado e estão lutando para se apaixonar do seu dever prescrito ki jay!
Srila Prabhupada ki jay!
Rasa Purnima ki jay!
Kartik Vrata ki jay!
Urja Vrata ki jay!
Damodara masa ki jay!

Seu sempre bem-querente,
Swami B. A. Paramdvaiti.

domingo, 10 de novembro de 2013

Dez anos de Chat pelo Hotline



Dez anos de Chat pelo Hotline




"Srila Prabhupada nos deu Vrindavan e nos deu o mundo, e logo nos deu a tarefa de levar Vrindavan ao mundo e depois nos deu a tarefa de trazer todo mundo a Vrindavan."





Sri Vrindavan Parikrama ki jay!

Vrindavan é muito linda, muito maravilhosa. Se você souber um pouco mais da história, você poderá sentir um pouco do que eu sinto. O templo que acabamos de visitar (Caitanya Mission) parece uma réplica do verdadeiro templo de Jagannath Puri. Eu estive fazendo serviço lá por umas semanas, e logo me dei conta que Srila Bhakti Vaibhav Puri Maharaj, irmão espiritual de Srila Prabhupada, estava na cidade e queria comprar esse edifício. Nesse época fiquei um pouco triste, porque estive nesse templo por 8 anos, o havia comprado inclusive, era um templo simples naquele tempo, e agora se tornou um nos templos mais lindos de Vrindavan graças ao maravilhoso trabalho dos sadhus que fizeram este templo tão impressionante. Agora é uma maravilha cultural que aconteceu em Vrindavan.

Hoje é o nosso tradicional Chat de domingo do Yamuna Kuñja. Lembro que muitos anos atrás quando recém tivemos nosso primeiro Chat Dominical neste lugar, que foi coordenado por Gour Kesava e eu estava muito impressionado que do lugar dos 6 goswami eu poderia estar sentado e dar uma conferência a todos os devotos da América do Sul. Estamos celebrando 10 anos de Chat pelo Hotline. Primeiramente devemos dizer: “Todas as glórias ao Pancatattwa Prabhu” e aqui estamos dando um grande aplauso a ele por ter criado esta plataforma do Chat, e ainda continuamos usando o mesmo software que ainda é maravilhoso.
Minha mensagem de hoje para todos vocês é a seguinte: Dez anos de Chat pelo Hotline é uma conquista incrível que me permitiu manter o contato com a minha família espiritual ao redor do mundo por 10 anos contínuos. Assim, durante 10 anos pudemos enviar mensagem a todos vocês. Eu estou muito agradecido com vocês por ter lido essas mensagens e mais agradecido por aplicar essas mensagens.
Muito obrigado por ter me ajudado a criar uma família que não tem limites, onde cada país nos dá as boas-vindas, onde cada amigo que queira se converter em um guardião da Mãe Natureza possa gozar da companhia de vocês. Muito obrigado a todos vocês por dar esta mensagem de amor a outras pessoas. Muito obrigado por serem brahmacaris, vishnupriyas, grihastas, vanaprasthas, maharanis ou sannyasis. Muito obrigado por cantarem Hare Krishna,  eu sei que vocês mesmo são os maiores beneficiários disso, mas ainda assim lhes agradeço, porque graças ao seu canto, vocês fazem possível que hoje tenhamos uma família espiritual.
Este é realmente um centro da Gaudiya Math em Vrindavan (Yamuna Kuñja), porque podemos escutar as canções divinas que vêm de cada esquina. Agradeço também por distribuírem os livros por todos os lugares, agradeço também a Pancatattwa por criar este sistema de comunicação, pois graças a ele, eu posso compartilhar meu coração com todos os devotos. Agradeço também a todos os cozinheiros que têm cozinhado tanta prasada para todos os devotos. Obrigado a todos os devotos que vivem nas Eco Aldeias e que trabalham por elas. Muito obrigado a todos os pujaris que servem com toda fé às deidades. Nosso tipo de adoração é muito simples e humilde comparado com outros tipos de adoração, mas se penso em pessoas como Prem Kishor em Berlim, minha querida Radha Tulasi em Varsana, podemos continuar adorando a Krishna em muitos lugares e, pela misericórdia de Radharani, podemos seguir adorando.
Muito obrigado a todos que fazem os vestidos das deidades, a todos que fazem websites e os mantêm vivos para poder saber o que todos estão fazendo para Krishna e assim aprender com eles e obter mais inspiração. Muito obrigado a todos aqueles que trabalham muito pesado e não se esquecem de Krishna, melhor, dão doações para expandir a Consciência de Krishna. Sua contribuição é muito importante e muito apreciada. Muito obrigado a todas as crianças que nos dão sua maravilhosa companhia, elas tiveram uma fortuna especial de nascerem em Consciência de Krishna, e agora que estão crescendo, devem decidir qual tipo de responsabilidade tomar em Consciência de Krishna.
Todas essas crianças nos dão sua lindíssima companhia. Outro dia eu falava com Nimai, o filho do p. Kanka e da m. Vrindavanesvari, que esteve comigo desde que nasceu e agora é um pai e está trabalhando para cuidar de sua família, de sua mãe, de sua irmãzinha e para expandir a Consciência de Krishna, quem é sempre muito querido e próximo ao meu coração. O que mais posso dizer… Há muitas pessoas tão talentosas e artistas geniais.
Estas crianças nos deram muitas alegrias, vê-las crescer é uma grande alegria. Eu peço também perdão às nossas crianças, porque neste movimento não nos dedicamos o tempo necessário para vocês e ainda não pudemos estabelecer a educação que vocês merecem. Ainda assim, vocês cresceram e puderam ver o quanto as queremos e que tudo o que fiz na minha vida foi para vocês. Então, vocês podem entender que não as esquecemos. Eu oro a Krishna que as futuras gerações possam dedicar o tempo às crianças.
Eu quero brevemente começar a organizar boas escolas, amparado pela Casa da Sabedoria, que não sejam apenas escolas de Krishna senão que escolas que pregam o amor por Deus, que não possam ser destruídas por pessoas  sectárias. Para isso, precisamos de pessoas muito qualificadas da Missão Vrinda que ponham para funcionar. Muito obrigado a todos os sannyasis, que mesmo com pouca idade aceitaram a ordem de vida de renúncia para apoiar a família Vrinda dentro de suas capacidades.
Vocês me deram o que eu estou tentando dar ao meu Guru, anos de bela existência na forma de serviço devocional para estabelecer as glórias do Senhor Caitanya neste mundo. Esse é um grande sacrifício, especialmente quando todo mundo corre atrás do dinheiro, gratificação dos sentidos, etc. Vocês deram os valiosos anos de suas vidas para estabelecer a cultura védica em diferentes cidades. Estou muito agradecido com todos vocês em nome de Srila Prabhupada. Pois assim como Prabhupada tomou sannyas de Srila B. P. Kesava Maharaj, que tomou sannyas de Srila Sridhar Maharaj e eu também tomei sannyas de Srila Sridhar Maharaj e vocês tomaram sannyas de mim, se converteu em uma relação muito intensa, logo, devo agradecer a todos nossos acaryas anteriores e a todos os escritores de lindas canções. Também quero agradecer a Srila Harijan Maharaj que me deu tanto amor, e a Srila Atulananda Acarya, um devoto muito bom, grande escritor e poeta, o que mais posso dizer de alguém que tem me acompanhado nesta viagem de amor.
Eu não consigo pensar em uma só vez que eu tenha estado descontente com Srila Harijan Maharaj e tampouco posso dizer de Srila Atulananda, ao contrário, cada vez que eu me encontrei com eles, meu coração sentia a mesma alegria de como se estivesse me encontrando com Prabhupada de novo. Srila Prabhupada nos deu muito, é inimaginável como um homem pode dar tanto a todo mundo. Ele nos deu Vrindavan, e agora estamos em Vrindavan, não há um lugar no mundo como Vrindavan. Vocês sabem, nós queremos limpar Vrindavan e deixá-la linda, mas, muito além disso, não existe outro lugar no mundo como Vrindavan.
Prabhupada nos deu a tarefa de ir pelo mundo como representantes de Krishna. Ele nos deu essa fé incrível, ainda que não entendamos muito, ainda assim podemos falar e pregar aos outros. O que posso dizer… Srila Prabhupada sabia o que estava fazendo e ele fez um trato com Krishna, ele disse: “Krishna, se não me ajudar nesta missão, eu vou me queixar com Srimati Radharani.” Eu acredito que Krishna se assustou com isso e disse: “Ok, ok, vou te ajudar a fazer o impossível.” Srila Prabhupada nos deu Vrindavan e nos deu o mundo, e logo nos deu a tarefa de levar Vrindavan ao mundo e depois nos deu a tarefa de trazer todo mundo a Vrindavan.
Jay Jay Jay.
Ele nos deu o Maha Mantra.
Ele nos deu a purificação da nossa existência.
Ele nos deu muita prasada.
Ele nos deu nossos melhores amigos.
Nos deu a arquitetura mais linda.
Nos deu as maravilhosas bailarinas para Krishna.
Muitas formas de adoração a Krishna, todas provenientes do Srimad Bhagavatam.
Alguém que foi muito generoso com a gente, como podemos esquecê-lo?

Não acredito que a minha dívida com Prabhupada possa ser paga nesta vida senão que vai continuar por vidas, pois sem ele, eu não poderia ter conhecido a Krishna. Então, é o que eu quero fazer por Srila Prabhupada com as bênçãos de vocês, com as bênçãos dos vaishnavas... Quero empurrar qualquer boa ideia que venha a nós para o serviço de Srila Prabhupada e Krishna. E todos aqueles que me ajudam nos office bap que estão fazendo o trabalho que eu mesmo não tenho podido fazer, vocês se tornaram essenciais para isso. Sei que algumas vezes os cansei com minhas insistências, mas ainda assim, vocês continuam me ajudando com isso, agora a única coisa que posso dar neste momento é um pequeno pedaço de dokla (um pastel da Índia) para celebrar esta maravilhosa reunião em Yamuna Kuñja de celebração dos 10 anos de Hotline Chat.
Eu oro para que venham muitos anos onde possamos compartilhar as notícias das almas condicionadas que estão tentando se tornar bhaktas puros. Agradecer não é um ato vaishnava, pois agradecer é um serviço incompleto… Em vez de dar graças, devemos dizer: “Pertenço a Ti, faça comigo o que quiser”, assim, me ponho a serviço de vocês para servir ao meu Gurudeva. Hari bol!

Hare Krishna Hare Krishna Krishna Krishna Hare Hare
Hare Rama Hare Rama Rama Rama Hare Hare

Quero lembrar a todos os membros da família Vrinda que decidimos fechar todos os facebooks pessoais que não tenham nada a ver com um serviço especial com um programa, pois 20 pessoas que estejam presentes no Chat é muito pouco, se estiverem no Facebook e estiverem em Maya, vão preferir a ele a escutar as instruções do seu Mestre Espiritual e isso parece um sintoma perigoso. Essa é uma decisão que tomamos e se alguém tem algum desejo de usar o Facebook, deve representar um projeto, pois a temática deve ser realmente o serviço devocional.
Antes de fecharem o Facebook, devem explicar a todos os leitores que estão transformando seu Facebook a um Facebook de serviço e que já não querem perder sua vida neste jogo de “curto” e “não curto”.
Com estas palavras terminamos a sessão do Chat de hoje do Yamuna Kuñja.
Seu sempre bem-querente,
Swami B. A. Paramadvaiti.

domingo, 3 de novembro de 2013

O templo deve ser dirigido como uma sinfonia




O templo deve ser dirigido como uma sinfonia 



  
“Um condutor tem a vida de outros sob seu encargo, portanto, tem que ser muito responsável e se não for um chofer muito experto, então deve conduzir lentamente, com muita cautela. Um chofer deve considerar muitos aspectos quando conduz, assim mesmo, nós devemos levar em conta muitos detalhes para nos convertermos em bons condutores.”




A mensagem de hoje provém diretamente do meu coração e quero compartilhá-la com todos vocês, é uma apreciação pessoal, algo que vou expor de maneira poética. O que quero transmitir hoje está relacionado com a experiência do condutor da orquestra. De qualquer forma, todas as coisas devem ser conduzidas de uma maneira que tudo acabe sendo harmonioso. Agora vou explicar algo referente às nossas próprias atividades de pregação.
A música está escrita em partituras e deve ser lida segundo o que as partituras definem, e ainda assim é necessário um condutor de orquestra, um líder, alguém que ponha seu próprio estilo e possa levar toda a orquestra a um resultado harmonioso. Um pregador, por exemplo, sempre deve falar de tal maneira que incentive às pessoas a se aprofundarem no significado do que estão dizendo. Um professor de Yoga Inbound, por exemplo, deve conduzir aos alunos de tal forma que os entusiasme a se manterem segundo suas próprias qualidades e os faça estar sempre conectados com Paramatma. Em outras palavras, o condutor deve guiar as pessoas a uma espécie de alegria intensa pelo que estão fazendo. Quando conduzir algo, deve ser de uma forma muito harmoniosa e satisfatória.
Se aplicarmos este mesmo conceito no ishtagosthi do templo, veremos que o presidente deve ser capaz de permitir que cada membro do ashram se sinta como parte valiosa da orquestra. O templo deve ser dirigido como uma sinfonia: a cozinha deve estar afinada, a recepção deve estar afinada, os voluntários devem estar afinados, o departamento de divulgação pela internet dever estar afinado, etc., dirigir um templo é conduzir uma sinfonia. Às vezes, inclusive o condutor da orquestra faz com que os diferentes membros toquem um “solo”. Um líder experto sempre vai levar aos demais ao seu melhor nível, isso se aplica na música, na dança, na arquitetura, na engenharia, em todos os aspectos. Combinar e harmonizar os diferentes elementos e personalidades é uma arte, conduzir uma comunidade espiritual requer arte, coleta, pregação, música, se sentar juntos para compartilhar, estudos, cozinhar, etc., são muitos elementos para considerar, o mesmo se aplica às famílias de grihastas.
Nunca devemos fazer as coisas baseadas no medo, ao contrário, devemos incrementar o crescimento espiritual de cada um dos membros da comunidade. Um bom condutor está sempre pronto para compartilhar com os demais. Eu mesmo considero um condutor que esteja aprendendo como se tornar bom, por isso considero que a comunicação é uma das coisas mais importantes para se manter vivo, pois a falha de um líder é a pouca capacidade de comunicação, por exemplo, agora eu tenho que me comunicar com todos os que ficam na Índia por 6 meses, devo planejar com cada um deles qual vai ser a área na qual vão se desenvolver.
Aqui em Vrinda Kuñja nós nos comprometemos a fazer um artik da noite diariamente em Brahma Kunda, é nossa responsabilidade e eu como condutor do templo devo conseguir que todos tenham suas responsabilidades delegadas para que nada deixe de ser atendido da maneira em que deve ser e para isso é necessário ter bem claro o que temos que fazer.
Nosso mestre espiritual, Srila Prabhupada, foi um excelente condutor que conseguiu fazer coisas maravilhosas em poucos anos, ele é o exemplo perfeito de um condutor. Insisto em que o tema principal para um bom condutor é a comunicação e para isso devemos ser práticos e ter tudo ordenadamente anotado, listas de tarefas para delegar aos outros. Não tem que confiar em nossa má memória. Minha tarefa como condutor é transferir a responsabilidade de cada departamento aos diferentes líderes que vão fazer com que as coisas se realizem, assim, a sinfonia pode se colocar em movimento.
Quando se é um condutor e suas ações influenciam os demais, deve ser muito cauteloso com elas e não desanimar nunca a ninguém. O condutor deve organizar a performance de tal forma que todo mundo se anime a participar dela e que tudo flua harmoniosamente. Cada coisa deve estar em seu lugar e funcionar de maneira apropriada. Para cada tipo de atividade, há uma ciência por trás que define como deve ser feita, e a regra número um é que ninguém nunca deve ser infeliz. Esse é o estilo da Consciência de Krishna. Você fica feliz ou nós ficamos? Você faz ou nós faremos?
Agora, para ser um bom condutor, também deve se destacar sendo transparente. Um bom condutor sempre deve ser sincero, amoroso e confiável para conduzir uma sinfonia espiritual. Para se tornar um bom condutor tem que estar muito consciente de todas as coisas que tem que fazer para se qualificar como tal: se tornar um especialista em todas as áreas para logo conduzir aos demais na sinfonia. Temos que tomar responsabilidades, sem responsabilidade as coisas não se manifestam, se aceitarmos nos tornar condutores, devemos saber o que significa e assim nos tornarmos pessoas realmente responsáveis e executores eficientes do nosso serviço e se chegarmos a cometer erros, devemos ser suficientemente humildes para pedir perdão por eles.
Para se tornar um bom condutor também deve ser um bom chorão, alguém que chora por misericórdia, um mendigo de amor. Em outras palavras, o conduzir da sinfonia de uma família espiritual é uma grande tarefa e para isso não pode fazer nenhuma bobagem, não é algo que vai se livrar no dia de amanhã, é para toda a vida e nunca deixe ninguém cair, nunca deixe que ninguém se sinta mal. E se em algum momento deixar alguém cair, então deve suplicar com muita humildade por perdão, mas nunca se tornar um sem-vergonha que não muda por nada.
Responsabilidade e mais responsabilidade em qualquer nível de vida na qual seja um condutor: em um templo, na família, na academia de yoga, na pregação, nos programas vegetarianos, em qualquer área na que se desenvolver, sempre tomando mais responsabilidades e servindo aos outros sem pensar que é você quem faz as coisas. Cada um de nós tem uma sinfonia para conduzir.
Um condutor tem a vida de outros sob seu encargo, portanto, tem que ser muito responsável e se não for um chofer muito experto, então deve conduzir lentamente, com muita cautela. Um chofer deve considerar muitos aspectos quando conduz, assim mesmo, nós devemos levar em conta muitos detalhes para nos convertermos em bons condutores.

Seu sempre bem-querente,

Swami B. A. Paramadvaiti.